Trabalho e felicidade. Uma equação não, necessariamente, complicada.
Os segredos de quem é feliz no trabalho
Pesquisas mostram que a grande maioria dos brasileiros está infeliz no emprego. Conheça algumas características das pessoas que estão de bem com a vida profissional e saiba como obter mais satisfação no dia a dia
Depois de dez anos na mesma empresa, João estagnou. Já tinha passado por diversos setores, mudado de cidade, coordenado equipes e ajudado a lançar campanhas de produtos. Estava infeliz. Não acreditava mais naquele projeto, não via por onde ir e tinha sofrido assédio moral. Naquele ponto de sua vida, o paulistano João de Lorenzo Neto, 34 anos, tinha duas opções clássicas: seguir infeliz num cargo de gerência ou jogar tudo para cima e viver do seu hobby favorito, a fotografia. Nem um nem outro. João fugiu do óbvio. “Não queria jogar fora uma década de experiência”, recorda. “E, em vez de levar a minha habilidade profissional para o hobby, decidi levar todo o prazer que sinto no hobby para o profissional.” Ele mudou a lente, ajustou o foco, ampliou suas possibilidades e deu um novo tratamento à sua carreira. Aceitou a proposta de uma empresa concorrente que estava lançando um projeto novo, abraçou a causa e hoje, mesmo trabalhando mais horas por dia, sente-se pleno. “Vejo que estou construindo algo, deixando minha marca, e faço o possível para ver minha equipe sempre feliz e motivada”, diz ele, que é gerente de trade marketing de uma empresa de cosméticos.
João faz parte de uma minoria no Brasil, a dos felizes no trabalho. De acordo com uma pesquisa feita pelo International Stress Management no Brasil (Isma-BR), apenas 24% dos brasileiros se sentem realizados com sua vida profissional. A imensa maioria tem se arrastado todos os dias para o escritório. Entre as mulheres, a porcentagem de infelizes é ainda maior, dada a quantidade de afazeres extras além do expediente. “As principais queixas são a carga horária elevada, cobrança excessiva, competição exagerada e pouco reconhecimento”, explica a autora da pesquisa, Ana Maria Rossi, presidente do Isma-BR. E, hoje, um infeliz não pensa duas vezes quando quer sair de onde está. Algumas companhias têm um grande contingente de funcionários da geração Y (entre 20 e 31 anos), famosa por ser inquieta e descompromissada. O resultado é um troca-troca que deixa as empresas perdidas em relação à gestão de pessoas. O problema é que nem sempre os profissionais ficam satisfeitos com a mudança. Um levantamento feito pelo site Trabalhando.com mostra que 39% das pessoas que aceitaram uma nova proposta não ficaram mais felizes.
Nesse contexto, o que faz de João uma exceção? Ele é o que o psicólogo holandês
Arnold B. Bakker, estudioso do tema, chama de “naturalmente engajado”. Ou seja, aquela pessoa que consegue
colocar energia, otimismo e foco no que faz. É mais aberta às novidades,
produtiva e disposta a ir além da obrigação. “Mais que isso, são pessoas que
conseguem moldar o ambiente de trabalho para se encaixar melhor em suas
qualidades e não o contrário”, explica Bakker, professor da Universidade Erasmo
de Roterdã. Postura semelhante tem a gerente de recursos humanos Neusa Floter,
56 anos. Ela é figura rara, que quase já não existe nos quadros das grandes
empresas: mulher de uma companhia só. Está há 43 anos – sim, desde os 13, você
fez a conta certa – em uma indústria agroquímica que ela viu crescer e se
tornar a líder de seu segmento. “Quem ouve minha história acha que eu sou uma
acomodada, aquela que se encostou na primeira empresa que entrou”, conta,
rindo. “Bem ao contrário, nunca um dia meu foi igual ao outro e sinto que ainda
tenho aquele mesmo gás do começo da carreira.”
Neusa é uma otimista de carteirinha, sempre em busca de motivos para fazer seu dia ser o melhor possível. O otimismo é uma das características que ligam pessoas como Neusa e João. Segundo o estudo feito pelo Isma-BR, os 24% felizes têm também a autoestima elevada, são confiantes, flexíveis e sabem o que querem. “Não têm medo de ser quem são”, resume Ana Maria. Essas pessoas buscam, por exemplo, carreiras e corporações que lhe deem autonomia. “Não é à toa que as empresas de tecnologia viraram o sonho de consumo da geração Y, porque elas são mais ousadas e permitem que o funcionário seja quem ele é”, exemplifica o headhunter e consultor de executivos Gutemberg Macedo.
Foi o que seduziu o programador Dalton Sena, 23 anos, de Belo Horizonte, a continuar em seu emprego em uma start-up – nome dado às pequenas empresas de tecnologia. Quando ela dava seus primeiros passos na área de produção de softwares para vídeos digitais, Dalton foi aprovado em um concurso público. Para desespero de seu pai, ele não assumiu o cargo, porque queria continuar onde estava. “Cheguei para meus chefes e disse a verdade: ‘Eu quero continuar com vocês, mas vocês querem continuar comigo?’” A resposta foi sim. E o estudante de análise de sistemas pôde continuar exibindo seu longo rastafari e usar bermuda em horário comercial. Seu local de trabalho tem até uma salinha com videogames, mesa de pingue-pongue e outros entretenimentos que podem, e devem, ser usados a qualquer momento. A verdadeira razão pela qual o jovem quis continuar ali, entretanto, tem a ver diretamente com sua produção. Além da autonomia para criar, Dalton se sente desafiado diariamente. “Nada chega aqui mastigado, você sempre tem que descobrir como fazer as coisas.”
Intrigada com tanta gente reclamando da vida profissional, a consultora de
recursos humanos Elaine Saad, da Right Management, decidiu fazer um
levantamento amplo via Twitter. Ela quer saber de um milhão de brasileiros se
eles estão felizes, ao menos 70% do tempo, em seus trabalhos. “Coloquei essa
porcentagem porque felicidade o tempo todo não existe”, pondera. Até agora, dez
mil participantes já deram seu “sim” ou “não”. Seu objetivo é comparar as respostas
de funcionários do mundo corporativo com a de profissionais liberais e pequenos
empreendedores. De acordo com estudos feitos anteriormente por ela, os dois
últimos tendem a ser os mais felizes, pois são donos de sua produção, e não
apenas uma peça em uma engrenagem maior. Levar esse sentimento para dentro das
corporações é um dos grandes desafios dos departamentos de recursos humanos
hoje, segundo a especialista. “A ideia é fazer cada um se sentir um pouco dono
do negócio, essência do conceito de líderes empreendedores que começa a crescer
cada vez mais em grandes grupos.”
Saber aonde se quer chegar e ver sentido naquilo que se faz também é um traço marcante dos satisfeitos. A maioria infeliz está, em grande parte, em um estado de inércia. É o que o especialista em desenvolvimento humano Eduardo Shinyashiki chama de “aposentadoria mental”, quando a pessoa trabalha horas por dia, produz bastante, mas sua mente está completamente alheia a tudo aquilo que ela está fazendo. “É o famoso piloto automático”, diz ele. Como em um relacionamento amoroso, raramente o trabalho vai ser perfeito e de todo agradável. O que os especialistas chamam a atenção é para que o pacote não seja mais negativo que positivo. Quando nada mais motiva uma pessoa a sair da cama de manhã é porque está na hora de mudar o caminho. A grande maioria, no entanto, está insatisfeita apenas com alguns aspectos da vida profissional. “Se o lugar que você está é incrível e te paga bem, mas você nunca é reconhecido, vá buscar reconhecimento em outros lugares, no trabalho voluntário, em sua igreja, na sua família ou com seu hobby”, exemplifica Ana Maria, do Isma-BR.
Os empregadores também precisam fazer seus ajustes para melhorar a qualidade de
vida dos colaboradores. De nada adianta criar ambientes agradáveis com salas
para relaxar, subsídios generosos e cafezinho importado se a jornada é
massacrante e a empresa estimula a competição em vez de cooperação. Tampouco
surtem efeito palestras motivacionais se os computadores são ultrapassados, as
cadeiras quebradas e os líderes engessados. Na maior parte das vezes,
entretanto, os problemas mais complexos estão nas relações humanas. Um dos
principais entraves é a comunicação entre chefes e subordinados.
Um estudo feito pela Michael Page Brasil, uma das maiores empresas de recrutamento de executivos do mundo, mostra que existe uma distância imensa entre o que líderes pensam sobre seu comportamento e como seus liderados os avaliam – 52% dos ouvidos não estão satisfeitos com seus gestores, mas 73% dos gestores se acham capacitados para o cargo. Para 53% dos chefes, o fato de ser íntegros e honestos é o que faz deles capacitados. Para 70% dos subordinados, seria mais interessante se seus chefes fossem grandes motivadores. “Melhorar a comunicação entre as partes é fundamental para reter os talentos.”
Apostar na felicidade do funcionário é acreditar na saúde da própria empresa. Afinal, trabalhador feliz falta menos, comete menos erros e produz mais. O bom ambiente de trabalho é o que motiva Ludmila da Silva Pinheiro Vasconcelos, 32 anos, no dia a dia como operadora de telemarketing. “É a minha segunda família”, garante. Ela quer mais: fazer faculdade, estudar inglês e crescer dentro da empresa que tanto admira. É o próprio indivíduo, porém, o maior responsável por sua satisfação profissional. A boa notícia, segundo o psicólogo holandês Arnold Bakker, é que todos podem se tornar um pouco mais engajados. “Muitas vezes o trabalho é tedioso mesmo e temos que tolerá-lo”, afirma o psicólogo. “Um primeiro passo para evitar que isso seja um drama é justamente não se colocar padrões tão elevados de felicidade.”
Para o headhunter Gutemberg Macedo, é preciso olhar também para fora dos muros da empresa em busca de um sentido maior nos afazeres cotidianos. “Leia, ouça música, vá ao teatro, cultive as coisas do espírito, ame os seus. A vida só vale a pena se damos algum sentido para ela.” E aprenda com os felizes que estão ao seu redor. O João do começo desta reportagem decidiu que não queria mais seguir o padrão de só ser feliz aos sábados e domingos, longe das tarefas profissionais. “É muita responsabilidade para o fim de semana. Optei por ser feliz todos os dias.”
Débora Rubin
Mães tóxicas. Elas existem…
Mãe tóxica. Um assunto que ainda é tabu.
Todos os pais têm defeitos. Uns mais, outros menos. Porém, quando as imperfeições tornam-se destrutivas, podemos defini-las como “tóxicas” mesmo que assumam formas diferentes. Em alguns, a toxicidade é óbvia, em outros é tão sutil que seus familiares quase não percebem. O fato é que todos vivem sob suas próprias regras, sem se colocar de fato no lugar dos filhos, e o sofrimento que provocam, sobretudo as mães, é algo de que raramente se fala. “Mãe tóxica” é tabu, porque na nossa civilização e cultura, a figura materna ainda é “sagrada”.
Imagens e anedotas literárias não faltam. Até mesmo o narrador sofre, na Procura de Proust, quando a sua mãe vem dizer boa noite ao pé do leito, vestida para sair… A mãe Thénardier que humilha e brutaliza Cosette, abandonada pela mãe Fantine, em Os Miseráveis de Victor Hugo, é terrível. Mas a pior de todas, a mais maldosa, talvez, é a famosa Madame Lepic, mãe que detesta e maltrata o pequeno ruivo Cabeça de Cenoura, nome do magnífico romance autobiográfico de Jules Renard publicado em 1894.
A mãe de Marguerite Duras, em O Amante, é uma mulher monstruosa: prostitui a sua filha caçula. Já a célebre e perversa “Folcoche” que martiriza as crianças em De víbora na mão, o romance igualmente autobiográfico de Hervé Bazin, continua uma referência quando se trata de mães abusivas. Assim como a “Medéia” de Corneille que, apesar de ser personagem de ficção, não é menos abominável, matando os três filhos por vingança.
Do mesmo modo, Thérèse Delombre em A Dor, de André de Richaud, se suicida, grávida, deixando o filho único, também sem pai, condenando-o a um destino inviável… E há Patrick Modiano, prêmio Nobel de literatura, em cujos livros a ausência da mãe é uma questão constante. De todas as mães indignas, porém, a que me marcou especialmente foi Emma Bovary, heroína de Flaubert, mãe psicologicamente ausente, eterna insatisfeita que quer ter um filho e é frustrada pelo nascimento da filha. Pouco preocupada com a felicidade da menina ela se mostra às vezes até mesmo cruel chamando-a de “feia” e, no final, com o suicídio, abandona-a egoisticamente à própria sorte.
Minha mãe jamais me deu uma alegria na vida
Ontem, segunda-feira, uma amiga que se encontra hospitalizada me ligou dizendo que descobriu, “apenas na maturidade e em ‘estado de suspensão psíquica’, que a sua mãe jamais lhe deu uma alegria na vida”. Disse que forçou a memória para encontrar algum momento de felicidade e … nada! Queixas, cobranças, chantagens, más notícias, mau humor, ressentimentos, até mesmo ameaças de suicídio. Tudo isto, e pouco de bom, ela foi obrigada a ouvir durante a sua existência. Ou, pelo menos, se houve alguma coisa positiva, deve ter perdido a sua importância. Foi esquecida diante de tanta “tragédia”.
A minha questão veio tão naturalmente quanto a das pessoas que conhecem as piadas e o assunto milenar: “A sua mãe é judia?”
“Não”, respondeu. “Ela é católica e bretã. Não possuo nenhum ascendente de origem judaica”.
No momento fiquei sem resposta. E de todo modo não achei que era hora de lhe dar a explicação, a partir da reportagem que eu tinha assistido em horário nobre na televisão francesa e que foi de grande esclarecimento público. Vi, por exemplo, que a expressão “mãe tóxica” hoje, felizmente, ficou popular. Entrou no vocabulário científico (de psiquiatria, psicologia, sociologia, etc.). À medida que uma expressão entra em vigor, ela se torna consciente e quando envolve percepção e raciocínio, este é o primeiro passo para que todos se armem e defendam. Quem tem esse problema em casa, deve pedir ajuda.
Também não podia entrar em pormenores, dizendo que nenhum de nós é perfeito, pais inclusive, mas que existe o ponto em que esta imperfeição torna-se destrutiva, substituindo o amor, calor e afeição que as crianças merecem, por algo horrível.
Não tinha ainda como explicar que todas as “mães tóxicas” se acham especiais, mais inteligentes, criativas e importantes do que as pessoas comuns. Que jamais se enganam ou reconhecem erros, que são sempre “vítimas queixosas, incompreendidas e maltratadas”. Eu não podia contar que vi (e li) que essas mães geralmente adotam comportamentos desagradáveis, são dominadoras, controladoras e manipuladoras, mostrando-se narcisistas, egocêntricas e vaidosas.
Além disso, não podia relatar, por exemplo, que essas progenitoras vivem sob suas próprias regras, sem se incomodar com o bem-estar dos filhos, e o sofrimento que provocam é algo de que raramente se fala. Sim, porque “mãe tóxica”, apesar de ter se tornado expressão popular, ainda é tabu. A figura materna é sagrada em qualquer cultura e civilização do planeta.
Assim, disse à minha amiga apenas que ela não deveria mais levar isso em conta, pois a sua mãe certamente tinha feito o melhor que pôde, e o problema – por mais que a tivesse afetado – não lhe dizia mais respeito. Era neurose exclusiva da mãe dela. Penso que ficou contente. Quando nos despedimos estava com a voz mais alegre.
O melhor presente que uma mãe pode dar aos seus filhos é estar bem
Quem não ficou contente fui eu. Lembrei imediatamente de François Roustang, o novo Sócrates que nos deixou no ano retrasado. Ele dizia que “o melhor presente que uma mãe pode dar aos seus filhos é estar bem”. Ora, a mãe da minha amiga, lhe dava somente presentes envenenados. No fundo, cruel como é, considera-se o centro do mundo e pensa, é claro, como é típico de mães nocivas, que os filhos são responsáveis por sua felicidade. Pena que a minha amiga não fez uma terapia como é necessário nesses casos, por isso, amanhã, quando eu falar de novo com ela, que é inteligente e sensível, certamente lhe direi:
“Querida, já que você está no hospital para se curar e descobriu que, além de tudo, está intoxicada por alguém que jamais lhe deu alguma alegria na vida, aproveite para fazer a cura total. Invente um cemitério virtual e cometa um ASSASSINATO (HIGIENICAMENTE) SIMBÓLICO! Mesmo que a sua mãe tenha lhe dado a vida, mate esta pessoa tóxica dentro de você e ganhe uma nova, totalmente recomposta, em 2018! Só assim conseguirá ter uma excelente relação com ela, antes que desapareça de verdade. Até a próxima que agora é hoje e lembre-se: jamais repita a toxicidade com os seus próprios filhos. Boa sorte!”
Sheila Leirner
Mães tóxicas e abusivas existem sim!!
Mães tóxicas? Abusivas? Como assim? Mãe é tudo de bom, ama incondicionalmente, faz tudo pelo filho, não é? Não, não é. Isso é o que diz o senso comum, o que diz nossa sociedade hipócrita e endeusadora da função maternal.
Antes de mais nada: sim, existem ótimas mães. E a questão aqui é justamente não generalizar!
Os filhos de mães tóxicas são vítimas. Nem todas as tóxicas são narcisistas, mas todas as narcisistas são tóxicas. São mulheres que têm filhos geralmente para satisfazer o próprio ego, porque acreditam que filhos são extensões delas, e as amarão incondicionalmente (o maior desejo delas).
As mães tóxicas e abusivas costumam parecer pessoas típicas. Isso faz a maioria
das pessoas nem desconfiar de suas atitudes. Não necessariamente são pessoas
agressivas fisicamente, mas pode chegar nesse ponto. Podem ser agressivas nas
palavras, desqualificando o filho e criticando tudo nele. E quem está de fora
encara isso como sendo “para o bem do filho” … Sendo assim, a relação com elas
muitas vezes é permeada por discussões e conflitos.
Essas mães dizem amar os filhos, mas são pessoas extremamente egoístas e imaturas, impedindo que esse amor seja realmente saudável e maduro. O amor oferecido por elas é inseguro, sufocante e destrutivo.
São pessoas extremamente invasivas e abusivas, que querem ter total controle sobre a vida de seus filhos, mesmo quando adultos. Projetam nos filhos desejos não realizados em suas vidas, exigindo que eles deem continuidade a isso, acreditando que tenham que agradecê-las por esse “incentivo”.
Quando seus desejos não são atendidos ou são contrariadas, geralmente partem para a vitimização e chantagem emocional. Elas apelam para a fragilidade emocional desses filhos, manipulando-os a fim de conseguirem o que querem. Não é uma questão de buscar o amor e o cuidado por parte dos filhos. É simplesmente uma forma de exercer seu poder sobre eles. Elas querem mandar!
As mães são a base da educação dos filhos. Não no senso comum, mas no psicológico mesmo. Elas são um vínculo eterno e, para o bem ou para o mal, influenciam diretamente no desenvolvimento da saúde emocional das crianças.
Mães tóxicas e abusivas denigrem a imagem dos filhos, deturpam suas palavras, se fazem de vítimas, não se responsabilizam por culpa alguma, jogam na cara tudo o que fizeram, e muitas ainda praticam a alienação parental, com o objetivo de ter os filhos só para elas e afastá-los dos parentes. E, por sua vez, os filhos tendem a ter baixa autoestima, entrar em relações igualmente tóxicas, ter transtornos alimentares, depressão…
As maiores vítimas são as filhas. E geralmente são meninas com baixa autoestima, e que entram em relações abusivas ao longo de suas vidas sem ao menos perceber esse padrão.
Crianças e adolescentes se tornarão pessoas que não sabem o que é o amor, pois não aprenderam com o principal cuidador de sua vida: a mãe. Poderão ser adultos que entram em relações abusivas porque acreditam que o amor seja da forma que aprenderam, ou adultos que reproduzem o amor aprendido com suas mães…
Sem o amor saudável, esses adultos sentem um grande vazio dentro de si, e não entendem o motivo. Buscam no outro o amor que não tiveram, e não encontram, porque na verdade nem amor a si mesmos aprenderam a ter.
Um grande problema é que esses filhos muitas vezes veem como única saída para viver em paz o afastamento. Quando é filho único a situação complica, pois a mãe projeta nele toda sua frustração, e não tem outros filhos que satisfaçam sua vontade.
A manipulação impera. A mãe tóxica não entende que o fato de ter um filho é responsabilidade dela, e que não depende do filho o que ela deixou de fazer por ele. Ela simplesmente usa isso para culpá-lo e tentar manipulá-lo. Infelizmente muitas conseguem.
As pessoas costumam dizer: “mas ela criou você, não te abandonou”. Não passa pela cabeça delas que uma mãe idealizada na fantasia pode ser perfeita, o que uma ótima mãe nunca será, quem dirá a tóxica. O abandono não precisa ser físico para ser considerado abandono.
Os filhos de mães tóxicas não têm um colo para desabafar, não têm um lar para retornar, nunca ouviram um “como você está?” ou um “está precisando de alguma coisa?”. O sentimento é de abandono emocional, de estar na solidão mesmo que acompanhado, de ser órfão de mãe viva. Crescer com esses sentimentos é minimamente prejudicial à saúde mental.
Muitas vítimas dessas mães dizem nem mesmo saberem que são, porque o autoconhecimento não é permitido numa relação em que você é a extensão dos desejos do outro. É impossível passar por isso sem nenhum dano. Mas é possível fazer as pazes consigo mesmo!
Dessa forma, precisamos entender:
– Que isso não mudará. A tendência inclusive é ela piorar…
– Que a culpa não é dos filhos!
– Que aprender a conviver com o fato de não ter essa mãe idealizada pela sociedade pode ser a parte mais importante nesse processo.
– Que o acompanhamento psicológico é extremamente importante.
– Que é possível recuperar sua autoestima.
– Que é preciso aprender a dizer “não”.
– Que, na maioria das vezes, é necessário o afastamento para conseguir um mínimo de paz.
Sobre esse afastamento, precisamos também compreender que a mãe tóxica e abusiva não o aceita. Ela tenta de todas as formas possíveis fazer contato, invadindo sua individualidade e atrapalhando sua vida pessoal e profissional. Não há limite, não há respeito.
Por isso o acompanhamento psicológico é tão importante. A vítima precisa ser forte e manter sua palavra, sem ceder às chantagens que virão atormentá-la. Afinal, mesmo o conflito com esse filho alimenta a mãe tóxica, pois ela não conhece outra forma de lidar com o mundo.
Samira Oliveira
Tomar uma decisão. Nem sempre uma tarefa fácil!
Os desafios, as oportunidades e as tomadas de decisão são fatos constantes do dia a dia de muitos seres humanos. Basta observar o seu cotidiano. Podem ser questionamentos mais simples como “ir ou não na academia”, “dormir mais cedo e acordar mais disposto ou ficar acordado até tarde”, “comer ou não sobremesa” e assim vai. E, obviamente, algumas decisões são mais complexas, tais como “comprar uma casa ou não”, “ter filhos ou não”, “trocar de emprego ou ficar na zona de conforto”, “abrir um empreendimento ou não”, entre outros.
O poder de decisão é muito essencial para manter a saúde física e mental, mas nem sempre é uma tarefa fácil. Em situações mais complexas, tomar um veredito exige tempo, discernimento e análise. Além disso, em alguns casos as consequências podem ser altamente prejudiciais. Mesmo assim, uma coisa é certa: é preciso ter uma determinação! Quando alguém deixa de decidir entrega a vida ao acaso.
Claro que existem momentos que ocorrem por conta de fatores externos, tais como a morte de um ente querido, uma demissão inesperada e a mudança de cidade de um amigo. Mesmo em condições como essas, cada ser humano é responsável pelo próximo passo e este só acontece quando se exerce o poder de decisão.
Nesse processo você vai se deparar com momentos de dor, frustração, impaciência e insegurança necessários para qualquer trajetória de vida. No final de tudo será melhor ter passado por momentos turbulentos e vencido do que ficar apenas no “e se”.
Por que às vezes somos levados a não tomar decisões?
Apesar da necessidade de se tomar uma decisão, muitas pessoas escolhem o caminho oposto. Isso pode ocorrer por diversos motivos, como:
- Falta de atenção para determinada situação;
- Preocupação com o impacto que a decisão pode causar;
- Medo de se arrepender;
- Influência de amigos, familiares e colegas de trabalho;
- Questões culturais como fatores limitantes;
- Foco apenas nas consequências negativas e no fato de ter que lidar com as emoções negativas que podem surgir decorrentes da ação;
- Rotina agitada;
- Prioridade ao prazer imediato.
Causas como essas podem ser determinantes para que um indivíduo não tome uma decisão em diversos cenários. Apesar de parecer frustrante, muitas pessoas preferem viver na zona de conforto. Você se lembra de mais algum motivo para que alguém deixe de fazer uma deliberação? Se lembrar de algo, considere esse motivo ao ler o restante deste artigo.
Por que usar o poder de decisão?
A verdade é que, quando temos poder de decisão, abrimos um leque de novas experiências, sensações, ideias e sentimentos. Tudo depende de nós mesmos. Uma pessoa possui poder de decisão quando:
- Praticar o autoconhecimento e, por isso, entende o que faz ou não sentido fazer;
- Visualiza o processo como um todo;
- Não precipita nenhuma das etapas para se decidir;
- Não se deixa levar pela emoção, seja ela negativa ou positiva;
- Busca informações para se embasar;
- Não tem medo de tomar uma decisão errada, pois todos estão sujeitos a isso;
- Consegue tirar reflexões poderosas durante o processo de julgamento;
- Possui inteligência emocional para lidar com as possíveis adversidades do decreto;
- Consegue formular meta e objetivos alcançáveis;
- Não responsabiliza outras pessoas e age por si só.
Quando uma pessoa pratica o seu poder de decisão, ela aumenta a sua visão sistêmica, segurança e autoconfiança, além de se tornar mais flexível e criativa perante as circunstâncias, aumentando assim, sua qualidade de vida. Se você lembra de mais alguma causa pela qual os indivíduos têm a coragem de tomar decisão, não deixe de considerar quando for a sua vez de tomar uma decisão.
6 dicas para potencializar o seu julgamento
Conheça algumas dicas que irão ajudar a potencializar o poder de decisão:
- Estipule o que você quer: o primeiro passo é que você tenha clareza do que você quer. Nós só chegamos em algum lugar quando sabemos para onde ir.
- Entenda o contexto: tomar uma decisão exige análise, nesse sentido, examine o contexto da sua situação, as circunstâncias, as opções que você possui, estabeleça metas e pense a respeito das consequências, negativas ou positivas que talvez você tenha que lidar por tomar certa decisão.
- Avalie suas opções: independentemente do que você deseja ou precisa fazer irá se deparar com mais de uma opção. É importante que você tenha ciência de todas as suas opções, para assim, não tomar nenhuma decisão precipitada e se arrepender depois.
- Saiba as consequências: qualquer opção que você escolher para tomar a sua decisão, resultará em uma consequência, positiva ou não. Nesse sentido, você não só precisa ter em mente cada uma delas, como também, a partir do momento que você escolhe uma opção, aceitar suas consequências.
- Liste os prós e contras das opções: toda decisão tomada tem seus prós e contras, por isso, liste-os. Desse modo é mais fácil enxergar o contexto.
- Respeite o tempo: é imprescindível que você respeite o tempo de cada etapa e o seu próprio tempo. Não faça nada de forma precipitada, reflita sobre aquilo que você deseja, os sentimentos com os quais você pode se deparar durante o processo e tudo o que pode acontecer depois da decisão tomada.
Como um psicólogo ajuda a desenvolver o poder de decisão?
O terapia é um processo que oferece o ambiente perfeito para o autoconhecimento e coloca à sua disposição o seu próprio potencial no desenvolvimento do seu poder de decisão, com a possibilidade de transformar a sua vida de maneira positiva. Conheça alguns benefícios:
- Promove o exercício do autoconhecimento;
- Gera reflexões internas;
- Identifica habilidades e competências;
- Distingue pontos de melhoria;
- Desperta o potencial;
- Alinha crenças e valores;
- Minimiza suas limitações;
- Elimina pensamentos e comportamentos sabotadores;
- Aumenta autoconfiança;
- Ensina sobre gestão do tempo, atividades e produtividade;
- Ressignifica experiências negativas;
- Faz com que você tenha um foco mais realista;
- Permite que você perceba o resultado provável de cada opção
- Desenvolve disciplina;
- Contribui na construção de ações e objetivos.
Sua vez
É muito importante que você tenha em mente que não adianta não colocar o seu poder de decisão em prática para evitar a dor. Quando você menos esperar, em algum ponto da sua trajetória você se verá de frente para as decisões que não tomou e se perguntará: “E se eu tivesse tomado uma decisão?”. Mas aí será tarde demais. Por isso, não sinta medo de ter poder de decisão, não se prive de viver experiências (até mesmo as ruins) não perca oportunidades, não fuja e não se deixe influenciar. Confie em você, realize seus sonhos e vá viver a vida plena e feliz que você merece!
O importante é você ter em mente que quando algo nos parece muito difícil, a decisão pode começar pela decisão de procurar ajuda.
Texto do IBC
Ejaculação Precoce
Ejaculação Precoce
Ejaculação Precoce: Entenda o que caracteriza o problema, Sintomas, Causas, Fatores de Risco, Diagnóstico, Estatísticas, Como o problema afeta a vida do paciente, Influência da Ansiedade, Existe Cura e Tipos de Ejaculação Precoce Tratamento.
O que é Ejaculação Precoce?
Ejaculação Precoce é um tipo de Disfunção Sexual masculina que acontece quando um homem ejacula antes, durante ou logo após a primeira penetração no ato sexual, geralmente antes da(o) parceira (o) atingir o orgasmo. A Ejaculação Precoce geralmente ocorre com menos de um minuto de relação sexual, mas pode acontecer em até seis minutos do intercurso.
De acordo com estimativas, o problema acomete, em algum momento da vida, de 50 a 70% dos homens entre 20 e 80 anos. Entretanto, não há uma idade específica para que o problema aconteça.
Esse fenômeno neuromuscular é geralmente causado por questões relacionadas à questões psicológicas da pessoa, mas também pode estar ligado a alterações hormonais ou problemas físicos. Quando detectada, é importante que o homem busque por ajuda especializada.
Sintomas Ejaculação Precoce
Perceber os Sintomas pode ser determinante para o entendimento do problema e a busca por Tratamento. Os sintomas podem ser tanto Físicos como Psicológicos. Veja alguns deles:
- Estresse
- Ansiedade
- Baixa autoestima
- Frustração antes ou depois da relação sexual
- Falta de controle da ereção e ejaculação com pouco tempo de penetração
- Pouco tempo de ereção
- Tremores
- Sudorese
- Dores pélvicas
Causas Ejaculação Precoce
As Causas da Ejaculação Precoce podem ser orgânicas, biológicas ou psicológicas. O problema pode estar relacionado a alguma inflamação na próstata ou devido a níveis hormonais alterados (Problemas ligados à produção de testosterona ou problemas na tireoide).
A Ejaculação Precoce também pode acontecer em indivíduos com grande ansiedade e estresse decorrentes da rotina diária. Além disso, homens com histórico familiar da doença, depressão ou inseguros devido a problemas emocionais também podem desenvolver essa Disfunção Sexual. Existem ainda casos originados por efeitos colaterais de medicamentos psicotrópicos, todas estas possibilidades serão levadas em consideração para o Tratamento.
Fatores de Risco
Alguns fatores podem aumentar as chances do homem desenvolver a Ejaculação Precoce, além das motivações biológicas e genéticas, a maioria dos casos têm a ver com problemas psicológicos. Homens com Depressão ou Ansiedade tem mais chances de serem acometidos pela disfunção sexual. O estresse também é um fator que pode influenciar diretamente no desenvolvimento do problema, sendo levado em consideração para o Tratamento.
Pessoas com disfunção erétil, com alterações nos neurotransmissores ou alterações hormonais e pessoas que fazem o uso de medicamentos psicotrópicos também estão mais suscetíveis a desenvolverem o transtorno.
Diagnóstico Ejaculação Precoce
O diagnóstico de Ejaculação Precoce é clínico e geralmente feito por um médico urologista. Para que um homem seja diagnosticado com o problema, é critério que a ejaculação prematura aconteça com uma certa frequência e não um caso isolado. Por isso, se faz necessário dar informações detalhadas sobre a disfunção e há quanto tempo vem se manifestado. O histórico da vida médica e sexual do paciente é fundamental para que seja considerada esta hipótese diagnóstica, bem como iniciado o Tratamento.
O diagnóstico de Ejaculação Precoce também pode ser feito através de exames laboratoriais de dosagens hormonais. Porém, como nem sempre a causa do problema é orgânica, por vezes tais exames não são eficazes.
Como o problema afeta a vida do paciente?
A Ejaculação Precoce traz constrangimento e insatisfação não só para o homem, mas para o casal, podendo afetar um relacionamento. Por isso, a disfunção acaba se tornando um problema conjugal em que é preciso que não só o homem, mas, no caso de um casal, que ambos façam uma orientação e adequação sexual.
Quando o homem não possui parceira (o) fixa (o), mas possui vida Sexual ativa, a EP pode causar muita Tensão para o ato sexual porque na sua cabeça já se inicia uma ansiedade antecipatória ao evento, imaginando o que pode acontecer negativamente. Algumas pessoas relatam inclusive dificuldade na troca de parceira (o) devido ao problema.
A insatisfação com a vida sexual pode gerar frustração, promovendo uma queda na autoestima, o que faz com que muitos homens desenvolvam outros problemas psicológicos, como a depressão, ansiedade e afins; por isso se faz tão relevante o Tratamento.
Informações sobre a Disfunção
A EP pode acometer homens de todas as idades, apesar disso, pode ser especialmente mais comum com adolescentes, que costumam ficar mais ansiosos na hora do ato sexual. Nesse caso, o problema é classificado como Ejaculação Precoce Primária (Grau 1).
Os casos de Ejaculação Precoce Secundária ocorrem
quando o homem já tem a vida sexual ativa e, em um determinado momento a
disfunção aparece passando a ser recorrente.
Estima-se que de 50 a 70% dos homens entre 20 e 80 anos possam desenvolver o
problema em algum momento da vida, sendo recomendado um Tratamento
Especializado.
Ansiedade e Ejaculação Precoce
Geralmente os casos de Ejaculação Precoce têm ligação direta com quadros de ansiedade. Na grande maioria dos casos, os homens acometidos pelo problema são ansiosos ou se tornam ansiosos. Isso ocorre principalmente quando a ejaculação prematura já aconteceu anteriormente e, por isso, a pessoa se sente mais pressionada e ansiosa na relação sexual seguinte. No caso dos adolescentes, a ansiedade também é grande por conta da novidade. O Tratamento entende o papel da Ansiedade no processo e trabalha com métodos para modificar este cenário tão prejudicial.
Ejaculação Precoce tem Cura?
Cerca de 90% dos pacientes com Ejaculação Precoce conseguem solucionar o problema. Para isso, porém, o homem precisa procurar um profissional especializado assim que identificar a disfunção e desta forma será indicado o melhor Tratamento a ser seguido.
Como Ejaculação Precoce Tratamento Psicológico pode ajudar?
Muitas vezes os casos estão ligados diretamente a problemas psicológicos. Mesmo quando o problema é orgânico, as chances de o paciente sofrer com ansiedade no momento da relação sexual são grandes, já que a pessoa sofre com o medo constante de ejacular precocemente. Por isso, o Psicólogo é fundamental para que o problema seja controlado.
O Tratamento Psicológico tem como objetivo fazer com que o paciente mude o seu comportamento. Para isso são usadas técnicas para que o paciente aprenda a manejar as questões que podem ser causadoras da Ejaculação Precoce, como estresse e ansiedade e, a partir daí, se cria uma rotina diferente para superar o problema.
Tipos de Ejaculação Precoce Tratamento
É preciso passar por uma avaliação com um especialista para saber o que é adequado para cada caso de Tratamento. A causa do problema pode ser física ou psicológica e, por isso, é importante se consultar com um Urologista e também com um Psicólogo.
Para se ter bons resultados no Tratamento é preciso que sejam conhecidas as causas do problema.
Ejaculação Precoce Tratamentos Físicos
No caso de hipersensibilidade peniana, existem produtos com propriedades anestésicas, como cremes e gel, que podem solucionar o problema. Quando esses não são suficientes e foram esgotados todos os outros métodos, pode ser avaliada uma intervenção cirúrgica, mas esse é uma tratamento mais invasivo e menos considerado.
Existem também técnicas que podem ser aplicadas no momento da relação sexual, como a Técnica de Compressão Glandular, e técnicas que podem ser realizadas antes do ato sexual, como a masturbação prévia, que ajuda o homem a controlar a excitação.
Ejaculação Precoce Tratamento Medicamentoso
Quando for necessário são prescritas pelo urologista ou um psiquiatra medicações antidepressivas para o controle da ansiedade. Contudo, essas medicações são um paliativo, pois eles atuam no sintomas, mas não na causa em si, que será abordada nas sessões de Psicoterapia.
Também é importante que se saiba se a Ejaculação Precoce é Primária ou Secundária pois existe um tipo de tratamento para cada caso.
Ejaculação Precoce Tratamento Psicológico
Caso o problema não esteja ligado diretamente ao pênis e seja uma questão psicológica, é necessário que seja realizada uma Psicoterapia Especializada que trará resultados ao longo das sessões.
O Tratamento irá trazer seguintes os Benefícios:
- Controle da Ansiedade
- Percepção dos Gatilhos para a Ansiedade
- Manejo dos Gatilhos que levam à Ansiedade
- Técnicas de Auto Controle no Ato Sexual
- Diminuição Gradativa da Ejaculação Precoce
- Aumento do Tempo de Relação Sexual
- Diminuição da Culpa, Frustração e Baixa Estima
Os homens costumam sentir muita vergonha de consultar um Especialista em Ejaculação Precoce , contudo é importante que os pacientes que sofrem com o problema não deixem de procurar e iniciar o Tratamento. Essa é uma condição absolutamente comum e pode ser temporária com o tratamento adequado, portanto, quanto antes procurar por Tratamento mais rápido as coisas podem se solucionar.
Texto de Fabíola Luciano
O vazio existencial…
O vazio existencial está presente na vida de todo ser humano, em
maior ou menor grau. É sentido e vivenciado em inúmeras circunstâncias da
existência humana. Ele emerge diante de situações peculiares e às vezes
estressantes na vida do sujeito. Também pode ser observado diante dos vários
lutos e perdas vividos ao longo da vida do indivíduo. Permeia alguns distúrbios
e patologias psíquicas, como a própria depressão. É vivenciado, de forma
explícita ou implícita, no cotidiano de cada ser humano toda vez que o mesmo se
questiona, reflete e filosofa acerca do verdadeiro sentido da vida.
O agravamento do sofrimento psíquico em decorrência do vazio existencial pode
acarretar num estado em que o indivíduo sente-se incapaz de se autorregular.
Surge, então, a depressão como forma de expressar essa lacuna interior, que
usualmente leva a pessoa a uma sensação de perda do sentido da vida. É na
depressão que a solidão se torna mais evidente, a sensação de estar sozinho
consigo mesmo diante do mundo se aprofunda. Há um embotamento dos sentimentos,
das relações e da vida como um todo. A existência perde seu significado, o
indivíduo sente-se vazio, abandonado, insignificante.
É justamente na depressão que todas as questões existenciais se tornam mais fortes e mais presentes. Se o indivíduo utilizou inúmeros mecanismos de defesa para interromper o contato consigo mesmo e com o mundo, é provável que seu quadro tenderá a evoluir para um sofrimento psíquico cada vez maior. Com a depressão, ele se vê diante de si mesmo e começa a se questionar acerca de sua vida e do significado de sua existência.
Do mesmo modo como se faz presente diante de inúmeras situações de vida, o
vazio existencial também pode ser entendido, preenchido, amenizado, acolhido e
abraçado em algumas circunstâncias – sejam elas através da filosofia que tenta
apreender e explicar a sua essência; através do trabalho que proporciona ao
indivíduo um sentido de utilidade e bem-estar; por meio das artes de uma forma
geral, visto que as mesmas preenchem ou extravasam sentimentos e vivências; com
a religião que consegue dar ao indivíduo um sentido e sentimento de transcendência;
ou mesmo através da Psicologia que proporciona ao cliente um verdadeiro
mergulho na sua essência, possibilitando-o entender-se e aceitar-se tal como
verdadeiramente é.
E o que fazer diante desse vazio?
Gentilmente reconheça o vazio.
Se você está vivendo um vazio que é parecido com um buraco no peito, reconheça isso e seja gentil com você mesmo. Não se surpreenda por se sentir assim. Não tente descartar ou mudar seus sentimentos.
Fique um tempo consigo mesmo todos os dias.
Em vez de tentar preencher o vazio com drogas, álcool, TV, jogos de computador ou qualquer outra coisa, olhe para dentro e passe tempo consigo mesmo. Explore os seus próprios desejos, medos, esperanças e sonhos. Isso ajuda você a criar mais significado para a sua vida diária e o seu futuro. Como diferentes atividades funcionam para pessoas diferentes, você pode descobrir que a meditação, a escrita ou o exercício físico ajudam você a se concentrar novamente.
Pode parecer desconfortável no começo, mas quanto mais você dedica tempo e energia a si mesmo e cuida de si mesmo, menos presentes serão aqueles sentimentos vazios.
Explore seus sentimentos atuais.
Pare por cinco minutos e perceba o que você está sentindo, anote. Você pode escrever “entediado” ou “distraído” ou “curioso”. Se você está tendo dificuldade em nomear seus sentimentos, procure por uma lista de sentimentos no Google.
Você também pode se concentrar em uma parte do seu corpo, como a mão ou a cabeça, e procurar catalogar a sensação, como temperatura, tensão ou movimento.
À medida que você pratica intervalos curtos de permissão de sentimentos, você gradualmente amplia sua janela de tolerância para incluir sentimentos maiores por períodos mais longos.
Explore seus sentimentos de vazio.
Podemos fazer isso enquanto escrevemos, passeamos ou bebemos uma xícara de chá, por exemplo.
– Eu tenho me julgado ou me comparado a outros?
– Eu digo a mim mesmo coisas positivas?
– Eu costumo notar falhas ou me chamar de feia ou estúpida?
– Meus sentimentos estão sendo considerados em meus relacionamentos ou estou
minimizando o que estou sentindo?
– Estou cuidando ativamente das minhas necessidades físicas e de saúde?
– Eu me voltei para comportamentos ou vícios para evitar meus sentimentos?
– Estou focando apenas nas necessidades de outra pessoa ou pessoas?
– O que estou tentando provar ou ganhar?
– Estou me culpando ou sentindo culpa por coisas que estão fora do meu
controle?
– Estou tendo compaixão comigo como teria com um amigo próximo ou membro da
família?
– Estou me autoafirmando em minhas decisões e respeitando minhas opiniões
pessoais?
Sentimentos de vazio podem levar a pensamentos angustiantes, como “a vida não vale a pena ser vivida”, ou “não há esperança”. Mais uma vez, a psicoterapia pode ajudar. Explorar as causas de seus sentimentos e capacitar você a tomar suas próprias decisões sobre como implementar mudanças positivas, é algo significativo e que lhe fará bem.
É importante reconhecer e aceitar seus sentimentos de vazio. Se você está tendo relacionamentos difíceis, perdas ou sentindo falta de propósito ou significado, você necessita de ajuda. Todos somos dignos de viver uma vida plena e significativa.
Fonte:
Adaptação de: psychcentral e Roberta Montefusco Peripato.
Os gurus da tecnologia criam os filhos sem telas.
A professora, armada com giz colorido, acrescenta frações no grande quadro-negro, emoldurado em madeira rústica, que cobre a parede frontal da classe. As crianças da quarta série, 9 e 10 anos, fazem suas contas nas carteiras com lápis e cartelas. A sala de aula é revestida de papéis: mensagens, horários, trabalhos dos alunos. Nenhum saiu de uma impressora. Nada, nem mesmo os livros didáticos, que as próprias crianças elaboram à mão, foi feito por computador. Não há nenhum detalhe nesta aula que possa estar fora de sintonia com as memórias escolares de um adulto que frequentou a escola no século passado. Mas estamos em Palo Alto. O coração do Vale do Silício. Epicentro da economia digital. Habitat daqueles que pensam, produzem e vendem a tecnologia que transforma a sociedade do século XXI.
Escolas de todo o mundo se esforçam para introduzir computadores, tablets, quadros interativos e outros prodígios tecnológicos. Mas aqui, no Waldorf of Peninsula, uma escola particular onde são educados os filhos de administradores da Apple, Google e outros gigantes tecnológicos que rodeiam esta antiga fazenda na Baía de São Francisco, as telas só entram quando eles chegam ao secundário (o ensino médio).
“Não acreditamos na caixa preta, na ideia de que você coloca algo em uma máquina e sai um resultado sem que se compreenda o que acontece lá dentro. Se você faz um círculo perfeito com um computador, deixa de ter o ser humano tentando alcançar essa perfeição. O que desencadeia o aprendizado é a emoção, e são os seres humanos que produzem essa emoção, não as máquinas. Criatividade é algo essencialmente humano. Se você coloca uma tela diante de uma criança pequena, você limita suas habilidades motoras, sua tendência a se expandir, sua capacidade de concentração. Não há muitas certezas em tudo isso. Teremos as respostas daqui a 15 anos, quando essas crianças forem adultas. Mas queremos correr o risco? “, pergunta Pierre Laurent, pai de três filhos, engenheiro de computação que trabalhou na Microsoft, na Intel e em várias startups, e agora preside o conselho da escola.
Suas palavras ilustram o que está começando a ser um consenso entre as elites do Vale do Silício. Os adultos que melhor entendem a tecnologia dos celulares e dos aplicativos querem que seus filhos se afastem dela. Os benefícios das telas na educação infantil são limitados, argumentam, enquanto o risco de dependência é alto.
USO DE CELULARES EM MENORES NOS ESTADOS UNIDOS
Famílias onde há pelo menos uma criança menor de oito anos
Os pioneiros tinham isso claro desde o início. Bill Gates, criador da Microsoft, limitou o tempo de tela de seus filhos. “Não temos telefones na mesa quando estamos comendo e só lhes demos celulares quando completaram 14 anos”, disse ele em 2017. “Em casa, limitamos o uso de tecnologia para nossos filhos”, explicou Steve Jobs, criador da Apple, em uma entrevista ao The New York Times em 2010, na qual disse que proibia os filhos de usarem o recém-criado iPad. “Na escala entre doces e crack, isso está mais próximo do crack”, declarou Chris Anderson, ex-diretor da revista Wired, bíblia da cultura digital, também ao The New York Times.
Laurent, que só deu um celular ao filho mais novo quando ele estava no último ano do ensino básico (14 ou 15 anos), alerta para uma mudança perigosíssima no modelo de negócios, do qual foi testemunha em sua vida profissional. “Qualquer um que faz um aplicativo quer que seja fácil de usar”, explica. “É assim desde o começo. Mas antes queríamos que o usuário ficasse feliz em comprar o produto. Agora, com smartphones e tablets, o modelo de negócios é diferente: o produto é gratuito, mas são coletados dados e colocados anúncios. Portanto, o objetivo hoje é que o usuário passe mais tempo no aplicativo, a fim de coletarem mais dados ou colocarem mais anúncios. Ou seja, a razão de ser do aplicativo é que o usuário gaste o máximo de tempo possível diante da tela. Eles são projetados para isso.”
“NÃO PODIA CHECAR O TELEFONE EM TODO O MEU DIA DE TRABALHO E AS CRIANÇAS NÃO PODIAM OLHAR PARA AS TELAS DURANTE O TEMPO EM QUE ESTAVAM COMIGO. É UMA LOUCURA”
JANIE MARTÍNEZ, BABÁ DE FAMÍLIA DE EXECUTIVO
O problema da relação das crianças com a tecnologia é que o ritmo vertiginoso em que se transforma dificulta a reflexão e o estudo. Uma pesquisa da Common Sense Media, organização sem fins lucrativos, “dedicada a ajudar as crianças a se desenvolverem em um mundo de mídia e tecnologia”, dá uma ideia da velocidade das mudanças: as crianças norte-americanas de zero a oito anos passavam em 2017 uma média de 48 minutos por dia no celular, três vezes mais que em 2013 e 10 vezes mais que em 2011. “Quando teve início todo esse furor pelos smartphones?”, se pergunta María Álvarez, vice-presidenta da organização. “Não tem mais que 12 ou 13 anos. E os primeiros tablets ainda menos. É preciso ainda muitas pesquisas para determinar qual é o impacto que essa exposição pode ter nas crianças pequenas. Mas há alguns estudos que começam a ver uma relação entre essa tecnologia e certos marcos na educação. Eles oferecem indicações que os pais precisam levar em conta.”
Um estudo publicado em janeiro deste ano na revista médica JAMA Pediatricsrevelou que um tempo maior diante da tela aos dois e três anos está associado com atrasos das crianças em atingir marcos do desenvolvimento dois anos depois. Outros estudos relacionam o uso excessivo de telefones celulares por adolescentes com falta de sono, risco de depressão e até suicídios. A Academia de Pediatras dos Estados Unidos publicou algumas recomendações em 2016: evitar o uso de telas para crianças menores de 18 meses; apenas conteúdo de qualidade e visualizações na companhia de pais, para crianças entre 18 e 24 meses; uma hora por dia de conteúdo de qualidade para crianças entre dois e cinco anos de idade; e, a partir dos seis anos, limites coerentes no tempo de uso e conteúdo.
Acontece que definir limites não é fácil para os pais que trabalham. E isso leva a uma redefinição do que significa a brecha digital. Até recentemente, a preocupação era que as crianças mais ricas levassem vantagem por acessar a Internet antes. Hoje, segundo a Common Sense Media, 98% dos domicílios com filhos nos EUA possuem celulares, ante 52% em 2011. Quando a tecnologia se generalizou, o problema é o contrário: as famílias com elevado poder aquisitivo têm mais facilidade para impedir que seus filhos passem o dia na frente de celulares. Enquanto os filhos das elites do Vale do Silício são criados entre lousas e brinquedos de madeira, os das classes baixa e média crescem colados em telas.
Adolescentes de famílias de baixa renda, de acordo com um estudo da Common Sense Media, gastam duas horas e 45 minutos por dia a mais nas telas do que aqueles de famílias de alta renda. Outros estudos indicam que crianças brancas são significativamente menos expostas a telas do que negras ou hispânicas. A lacuna é vista até mesmo dentro do Vale do Silício. Dirigindo 15 minutos para o norte, partindo do Waldorf of Peninsula, instituição cuja matrícula é de cerca de 30.000 dólares por ano (117.000 reais), chega-se à escola pública Hillview. A primeira só introduz as telas no secundário. A segunda anuncia um programa pelo qual cada aluno tem um iPad. Na primeira, o visitante é recebido por um espantalho rústico, colocado em uma horta que os alunos cultivam. Na segunda, por uma tela de LED que expõe os comunicados do dia.
“Quantas famílias trabalhadoras podem se dar ao luxo de deixar seus filhos completamente longe das telas?”, pergunta Álvarez, da Common Sense Media. “Não acho que isso seja algo realista para a maioria das famílias. Tenho um filho de 12 e outro de 6. Não sei quantas vezes eles se jogaram no chão gritando como loucos se eu lhes tirava o tablet. Estive nessa posição como mãe e sei que não é fácil.”
Funcionários das grandes empresas de tecnologia se reuniram no ano passado em uma iniciativa chamada A Verdade Sobre a Tecnologia. Seu objetivo é convencer as empresas da necessidade de introduzir parâmetros éticos na concepção de ferramentas utilizadas diariamente por bilhões de pessoas, incluindo crianças. “A engenharia da computação foi por muito tempo algo muito técnico, não havia uma ideia clara do impacto que isso teria nas pessoas, e menos ainda nas crianças”, explica Pierre Laurent. “Não havia a consciência de que tínhamos que lidar com a ética. Algo que acontece, por exemplo, se você trabalha na indústria médica. Na tecnologia nunca houve um código ético claro.”
É uma luta desigual. Pais superatarefados contra equipes de engenheiros e psicólogos que projetam tecnologia para manter seus filhos viciados. Mas algo está começando a mudar. Os gigantes tecnológicos, cada vez mais questionados em suas políticas comerciais e de privacidade, começam a introduzir mudanças em seus produtos, exceções tímidas ao sacrossanto princípio de captar mais atenção.
“QUANTAS FAMÍLIAS TRABALHADORAS PODEM SE DAR AO LUXO DE AFASTAR COMPLETAMENTE SEUS FILHOS DAS TELAS?”
MARÍA ÁLVAREZ, COMMON SENSE MEDIA
No ano passado, dois grandes investidores da Apple, a Jana Partners ea CalSTRS (fundo de aposentadoria de professores da Califórnia), detentores em conjunto de cerca de 2 bilhões de dólares em ações (7,8 bilhões de reais), enviaram uma carta aberta aos chefes da empresa de Cupertino, pedindo que tomem mais medidas contra o vício das crianças nos celulares. “Analisamos as evidências e acreditamos que há uma clara necessidade da Apple de oferecer aos pais mais opções e ferramentas para ajudá-los a garantir que os jovens consumidores usem seus produtos da melhor forma”, escreveram eles.
A Apple respondeu apresentando o Screen Time, uma nova ferramenta que ajuda a controlar e limitar o uso de dispositivos móveis. O Googleincorporou uma ferramenta semelhante, a Digital Wellbeing. Para os críticos, são apenas remendos que não atacam o problema subjacente: a natureza viciante dos produtos. Até que isso seja abordado, os pais serão responsáveis por orientar seus filhos neste mundo de potencial incerto.
Plantas, móveis de madeira, lápis e uma lousa se destacam na sala de aula no colégio Waldorf of Peninsula do Vale do Silício P. L.
“Nós incentivamos os pais a serem mais proativos quando se trata de procurar conteúdo”, conclui Álvarez. “A chave é como aprendemos a equilibrar, a tirar proveito, a limitar o uso e a saber que, para sua saúde física e mental, é preciso haver momentos na família em que nada disso seja usado. Temos uma campanha que convida as pessoas a comer e jantar sem celulares, sem um dispositivo constantemente interrompendo com notificações. Recomendamos também o uso compartilhado dos dispositivos e conversar com as crianças sobre o que elas veem. E é importante que sejamos um modelo para os nossos filhos. Se estamos olhando compulsivamente para o celular, justificando que é para o trabalho, que mensagem estamos passando?”
SOBRE ESTE PROJETO
Esta reportagem é a primeira parte do Crescer Conectados, uma série de artigos que explora a vida de crianças e adolescentes em um mundo digital. Os códigos mudaram, as crianças aprendem, brincam e interagem através de redes e telas, cercadas por algoritmos e big data, de modo natural em ambientes em que adultos se movimentam com desconforto. O Crescer Conectados reflete sobre os desafios que enfrentam e as possibilidades que se abrem para estas gerações. O que as crianças e adolescentes fazem, onde estão e como usam a tecnologia? Têm entre 3 e 18 anos: elas serão nossos guias.
O CELULAR DAS BABÁ PROIBIDO POR CONTRATO
A obsessão no Vale do Silício por afastar as crianças da tecnologia transcende as paredes da sala de aula. Quando as crianças saem da escola, tentam fazer com que continuem sem tocar ou ver as telas. A prática de exigir que as babás assinem “contratos sem uso do telefone celular” está se generalizando nas famílias de altos executivos de empresas de tecnologia no Vale.
“Trabalhei em casas em que tinha de deixar o telefone na guarita da residência toda vez que entrava”, disse Janie Martínez, que passou 15 anos como babá na região. “Eu não podia olhar o telefone durante todo o meu dia de trabalho, e as crianças não podiam ver telas durante o tempo que estavam comigo. É uma loucura.”
Martínez trabalhou para famílias “de alto perfil” no mundo da tecnologia, incluindo a de Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, afirma. Trabalhos que, nos casos mais extremos, podem ser remunerados com até 100.000 dólares por ano (390.000 reais). “Quanto maior o perfil das famílias, mais se preocupavam com essa questão”, diz ela. “Não queriam que seus filhos olhassem para uma tela e, por contrato, impediam que eu usasse o telefone. Isso era frustrante para mim. Como cuidadoras, precisamos do telefone para uma emergência. Não só para que os pais das crianças nos localizem, mas também para nossas próprias famílias.”
Syma Latif, diretora da agência de babás Bay Area Sitters, que coloca 200 cuidadoras na região do Vale do Silício, confirma essa tendência. “Há cada vez mais famílias que incluem essas cláusulas nos contratos. Sem dúvida é algo muito comum”, diz. “Quando falamos sobre tempo de tela e babás, há dois aspectos a considerar: seu próprio tempo de tela e o da criança. Os contratos normalmente incluem algo relacionado a ambos. Mas uma coisa é dizer: ‘Este é meu filho e o tempo de tela só é permitido em determinadas horas’. Tudo bem, porque você trabalha para essa pessoa. A zona cinzenta começa quando o seu tempo de tela é determinado. O empregador tem o direito de te dizer que você não pode estar no telefone? E se você tiver um filho na escola e necessitar de acesso ao telefone, caso precise ser localizado, ou um pai ou um mãe em casa que precisem de ajuda?”
Alguns pais vão ainda mais longe. Eles se dedicam a passear pelos parques em busca de babás que estão de olho em seus celulares enquanto cuidam dos filhos dos outros. Quando acreditam ter encontrado alguma, fotografam e as denunciam em grupos de mães na Internet. São os “espiões das babás”. Existem sites como Eu Vi a Sua Babá em que essas fotos são compartilhadas.
“Acontece muito nos parques”, explica Anita Castro, com 10 anos de experiência como cuidadora de crianças na região. “Eles nem sequer nos conhecem, tiram uma foto, colocam nas redes sociais e perguntam: ‘Essa é sua babá?’. Mas não sabem que podemos estar nos comunicando com os pais. E nem se eu sou a babá ou uma parente. É uma invasão da privacidade. Em alguns trabalhos eu me sentia observada. Percebi que tinham câmeras na casa. E até as crianças me vigiavam: olhava a hora e elas me perguntaram se eu estava enviando mensagens e para quem. Então, eu sabia que haviam tido essa conversa com seus pais, que pediram para lhes contar se eu estivesse no telefone”
Terapia Cognitiva: entenda como seus pensamentos influenciam suas emoções e comportamentos
A Terapia Cognitiva, desenvolvida por Aaron Beck, propõe que nossos pensamentos influenciam nossas emoções e comportamento. De acordo com esse modelo de psicoterapia não é a situação vivenciada pela pessoa que determinará a maneira como ela se sentirá e se comportará, mas a maneira como ela interpretará (processará) tal situação. Ainda na infância, tão logo começamos a experienciar o mundo, iniciamos também um processo de abstração de ideias daquilo que vivemos. Vamos aos poucos desenvolvendo crenças sobre nós mesmos, sobre o mundo e o futuro. É com base nessas crenças que percebemos e compreendemos os eventos. Assim como a ponta de um iceberg, os pensamentos representam apenas a parte mais visível e acessível de uma estrutura na qual as crenças encontram-se na base. Por essa razão, apesar de o foco da terapia cognitiva iniciar-se com os pensamentos, ela segue com um trabalho voltado para as crenças.
Para exemplificar, imagine a seguinte situação. Marina, Thais e Sônia trabalham no mesmo setor da empresa X. Naquela segunda-feira, uma situação inusitada acontece. O Sr. Carlos, gerente do setor, chega à empresa um pouco atrasado, não cumprimenta nenhuma de suas funcionárias (ele normalmente costuma ser cordial), passa direto para a sua sala e fecha a porta de maneira brusca. Após o evento, Sônia pensa “Quem o Sr. Carlos pensa que é pra me tratar mal assim? Ele é um grosso, sem educação.”, e fica chateada com o chefe. “Marina por sua vez pensa “Meu Deus, devo ter cometido algum erro no relatório da semana passada, deve ser esse o problema. Ele vai me chamar na sala dele pra reclamar”, e fica ansiosa. Já Thais pensa “O Sr. Carlos não é assim, deve estar com algum problema. Lembro-me de que há alguns dias ele comentou que estava tendo problemas em casa com o filho”, e se compadece da situação do chefe. Apesar de todas terem presenciado a mesma situação, cada uma teve uma maneira de perceber o evento e, essa percepção afetou a maneira como se sentiram em relação ao fato.
Um dos objetivos da terapia cognitiva é auxiliar o indivíduo na identificação e avaliação de seus pensamentos automáticos, reestruturando aqueles que se caracterizam como “disfuncionais”. Quando aceitos sem qualquer questionamento ou avaliação, os pensamentos automáticos podem influenciar e afetar negativamente o humor e comportamento do indivíduo. Em alguns casos o problema pode estar relacionado à inabilidade prática de solucionar problemas e este será o foco do atendimento. No entanto, há muitas situações em que a pessoa tem as habilidades necessárias para resolver o problema, mas as distorções cognitivas (interpretações distorcidas da realidade) lhe impedem de colocar em prática aquilo que já sabe fazer. Ocorre que, por apresentar um trabalho focado nos pensamentos, a terapia cognitiva tem sido injustamente confundida com processos de autoajuda, do tipo “pense positivo e resolva seus problemas”, quando na realidade não é nada disso. Apesar de ser uma modalidade de terapia com enfoque objetivo e breve, a Terapia Cognitiva (assim como as outras modalidades de psicoterapia) é um trabalho sério, que visa promover por meio do empirismo colaborativo, uma nova construção do sujeito frente à sua realidade.
Como você anda cuidando da sua mente…?
Apesar de estudos mostrarem que não usamos a capacidade total do nosso cérebro, parece que estamos sempre com nossa mente cheia e cansada com o estresse e a ansiedade causados pelas muitas atividades diárias, demandas no trabalho e preocupações de modo geral. Toda essa carga prejudica nossa saúde mental. É sempre importante lembrar que não apenas o corpo precisa estar saudável, mas a mente também. Se não tomarmos providências simples, consultar um psicólogo será necessário para nos ajudar.
Já ouvimos várias vezes a ideia de manter uma mente sã em um corpo são. Não se trata apenas de um conceito. O nosso corpo é uma máquina e precisa estar perfeitamente ajustado para funcionar bem. Ademais, mente e corpo funcionam em sincronia. O descuido de um reflete, necessariamente e negativamente no outro. Afinal, somos uma unidade e precisamos nos cuidar por inteiro.
Precisamos que o conjunto formado por físico, mente, emoções e espírito esteja em equilíbrio para sentirmos bem-estar e termos qualidade de vida.
A propósito, a OMS (Organização Mundial de Saúde) define saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades”.
Cuidando da saúde mental
Saúde mental, portanto, é o equilíbrio entre emoções, pensamentos, comportamentos… e existe uma relação muito íntima entre o que pensamos e os nossos sentimentos e comportamentos. Não é possível que alguém com preocupações ou outros pensamentos negativos (irrealistas) tenha atitudes saudáveis. Uma forma de garantir a saúde mental é ter um comportamento preventivo, a partir de algumas atitudes simples, tais como:
- Pensamento positivo – Não é apenas um clichê de autoajuda. Normalmente exteriorizamos o que pensamos. Quando conseguimos manter nossa mente em uma posição positiva, vemos as coisas de um modo mais fácil e acreditamos que tudo é possível e que encontraremos uma solução. No entanto, a psicologia cognitiva não tem compromisso os pensamentos positivos. O que se tem, na realidade, é que problemas de saúde mental estão comumente associados a pensamentos negativos, porém, IRREALISTAS. O que se trabalha numa psicoterapia de abordagem TCC é a avaliação, um teste de realidade desses pensamentos e a consrução de pensamentos mais realistas.
- Atividade prazerosa – Fazer o que se gosta traz um benefício enorme para a saúde mental, mesmo que seja no trabalho. Se você gosta do que faz, o peso será menor e as atividades serão realizadas com menos estresse. Importante, também, fazermos atividades fora do horário de serviço ou de estudo que nos tragam prazer. Pode ser um hobby, exercícios físicos, leitura ou qualquer outra coisa que nos traga satisfação. Mas isso pode ser dito de outra forma: GOSTAR DO QUE FAZ. Isso pode se conseguir por meio de aferição mais realista da realidade. Não raro deixamos de ver as coisas boas e positivas que ocorrem ao nosso redor e focamos somente no que nos desagrada. É assim que se constrói um pensamento negativo irrealista.
- Ser o centro da nossa própria atenção – Além de fazer o que gostamos, é necessário separarmos um tempo para nós, para nos conectarmos internamente, para cuidar da parte espiritual e física. Temos que nos lembrar de como o equilíbrio do conjunto é importante. É fundamental reservar um tempo para alinhar mente, emoções, físico e espírito para nos sentirmos plenos e felizes.
- Calor humano – Fugir do isolamento e estar próximo de pessoas que gostamos mantém nossa mente saudável. Ter relacionamentos pessoais de qualidade proporciona bem-estar.
- Sonhar e ter objetivos – Uma mente ocupada com sonhos e objetivos está focada em metas e não tem tempo para pensamentos negativos irrealistas. O vislumbre de nosso sonho ou objetivo alcançado traz bem-estar e motiva nossa mente a pensar positivamente.
- Interesses em comum – Participar de um grupo, associar-se a um clube e compartilhar interesses proporciona a sensação de pertencimento e faz bem para a saúde mental. Contribuir com a comunidade, seja em um trabalho de voluntariado ou somente ajudar um vizinho, faz com que nos sintamos bem em participar da vida do próximo e traz um benefício maior para nós mesmos.
Essas são apenas algumas das muitas atitudes que podemos ter para cuidar da nossa saúde mental. Temos que descobrir o que nos traz satisfação. Quando não conseguimos sozinhos, o ideal é procurar ajuda profissional.
E tem mais, o profissional psicólogo não está a serviço somente de pessoas com transtornos mentais. É bem verdade que pode ajudar muito essas pessoas, que momentaneamente ou não apresentem algum problema de saúde mental, mas cada vez mais a psicologia se ocupa de desenvolver potencialidades. Alavancar sua carreira. Ajudar em estratégias que melhorem seu desempenho acadêmico. Melhorar suas relações com pais, filhos, cônjuges, no trabalho… tudo isso são ganhos que se pode ter num trabalho psicoterápico. PENSE NISSO.
E não esqueça, pescoço não é cerca, é PONTE. Ele não separa mente e corpo. Ao contrário, LIGA mente e corpo numa só unidade.
Por que algumas pessoas não conseguem fazem amigos?
A grande maioria dos problemas comportamentais, cognitivos e emocionais enfrentados pelas pessoas está direta ou indiretamente relacionada a dificuldades na interação/ relação com os outros. Mas…
1) O que te impede de conversar
com alguém?
2) Como iniciar uma conversação?
3) Como encerrar uma conversação?
4) Como enfrentar críticas?
5) Como fazer e receber elogios?
6) Habilidades Sociais, o que são?
A seguir… alguns textos sobre como manter uma conversação. Antes de prosseguir, no entanto, devo lembrar que todas as dicas citadas nos textos da série devem ser lidas apenas como pontos de partida, à partir dos quais se faz possível aprender outras estratégias pela exposição a situações sociais. Além disso, recomendo que essa exposição seja supervisionada por um profissional qualificado, já que a causa da dificuldade de interação social pode ser mais complexa. E é exatamente sobre algumas destas causas que trato neste primeiro texto.
Todo o
material é baseado principalmente no Manual de Avaliação e Treinamento das
Habilidades Sociais, publicado por Vicente Caballo (2006). O que faço é
apresentar suas ideias e discuti-las de uma forma menos técnica, tornando menos
cansativa a leitura.
O autor aponta uma série de barreiras que podem reduzir as chances de alguém
iniciar e manter uma boa interação social. Quando elas aparecem isoladas, de
forma pouco frequente ou pouco intensa, podem não representar grandes
problemas. Porém, caso contrário, podem se tornar verdadeiras fontes de
angústia e ansiedade para a pessoa. Estas barreiras são:
1. Falta de informações sobre as relações sociais:
Uma pessoa pode enfrentar dificuldades para estabelecer interações sociais satisfatórias pelo simples fato de ter poucas informações sobre a natureza das relações sociais, ou ainda, crenças falsas a respeito. Conforme explica Caballo (2006), algumas das crenças falsas mais frequentes são:
- As amizades são formadas ao acaso, sem requerer esforços de sua parte;
- A maioria das pessoas com quem nos encontramos está disposta à formação de novas relações;
- As relações desenvolvem-se rapidamente;
- Não se pode aprender grandes coisas sobre fazer amigos/as;
- Tudo é questão de sentimentos
- Não se pode fazer grande coisa parar tornar as relações mais profundas;
- Não se pode fazer grande coisa para manter os amigos e as relações íntimas.
2. Falta de Habilidades Interpessoais.
É importante que saibamos identificar e transmitir sinais de interesse e abertura ao diálogo em nossas interações sociais, possibilitando assim, perceber se o outro está aberto à interação e, do mesmo modo, mostrar-se acolhedor e aberto a ele. Caballo (2006) cita uma série de comportamentos que podem ser chamados Calorosos [de interesse] e Frios [de desinteresse] em uma relação social. São eles:
Calorosos: olhar nos olhos, tocar a mão, inclinar-se rumo à pessoa,
sorrir com frequência, olhar da cabeça aos pés (discretamente), expressão
facial alegre, sentar-se de frente à pessoa, assentir com a cabeça, umedecer os
lábios, levantar sobrancelhas, gestos expressivos com as mãos, olhares rápidos,
entre outros.
Frios: bocejar sem vontade, franzir a testa, afastar-se da pessoa, olhar
para o teto, negar com a cabeça, limpar as unhas, olhar para outro lugar,
estalar os dedos, percorrer o ambiente com o olhar, agarrar as próprias mãos,
brincar com a ponta do cabelo, cheirar o próprio cabelo, olhar para o relógio,
entre outros.
Estes são apenas alguns exemplos, considerados mais básicos. Além deles,
existem vários outros comportamentos que podem ser treinados em terapia e que
contribuem muito para o estabelecimento de boas interações sociais.
3. Falta de Habilidade para mudar.
Pessoas que não se mostram dispostas a mudar algumas de suas condutas nas interações sociais acabam também não conseguindo estabelecer vínculos afetivos mais profundos. É preciso observar o efeito de nossos comportamentos sobre os demais, e caso alguns deles gerem consequências indesejadas, estarmos dispostos a mudá-los.
Uma forma bastante eficiente de aprender novos comportamentos é observar outras pessoas. Em terapia, inclusive, é comum orientarmos aqueles que enfrentam dificuldades interpessoais a observarem a forma de agir de outras pessoas e tentarem se comportar de modo semelhante.
4. Regras/ crenças Internas Rígidas
Todos possuem um conjunto de crenças ou regras que definem quais comportamentos consideram adequados ou inadequados em cada situação social e com que tipo de pessoas devem se relacionar. André, por exemplo, acredita que frequentadores da igreja X são agressivos e desrespeitosos. Maria, por sua vez, acredita que mulheres jamais devem iniciar uma interação social com homens, em contexto nenhum.
Se estas regras ou crenças forem muito rígidas, podem representar uma enorme barreira para que possam conhecer outras pessoas. Por exemplo, André pode deixar de conhecer frequentadores da igreja X que são muito respeitosos e pacíficos. Maria, por sua vez, pode deixar de conhecer o amor de sua vida.
5. Temor à Avaliação Negativa
Algumas pessoas são verdadeiras escravas do medo do que os outros podem pensar a seu respeito e a respeito de suas características. Privam-se de uma série de atividades que gostam por medo de críticas e julgamentos negativos.
Por mais que possa parecer importante o que os outros pensam sobre nós, é impossível agradar a todos o tempo todo. Ninguém é perfeito, ninguém é livre de críticas. Além disso, a única forma de saber o que o outro realmente está pensando sobre alguma coisa é perguntando.
6. Antecipação de Consequências Negativas em vez de Positivas.
Existem grandes diferenças em relação ao quanto cada pessoa é capaz de se arriscar. A responsável por estas diferenças, naturalmente, é a história de vida de cada um. Pessoas com um histórico de insucessos em situações sociais possuem uma tendência a antecipar – isto é, tentar predizer – novas consequências desagradáveis em situações futuras.
7. Pensamentos negativos sobre si mesmo.
O que pensamos sobre nós mesmos influencia de forma significativa a nossa capacidade de fazer amigos. Quem acredita não ser capaz de construir uma nova amizade, que não é interessante ou inteligente o bastante para que outras pessoas se atraiam, acaba se comportando de forma a afastar os demais e dificilmente conseguirá reverter a situação.
8. Responsabilidade de fazer a primeira aproximação.
Algumas pessoas representam um papel passivo nas interações sociais. É como se esperassem que alguma coisa acontecesse para que, só então, alguma conversa se inicie. Não tomam a atitude, por mais que queiram.
9. Obstáculos Ambientais.
Contextos diferentes oferecem novas oportunidades para o desenvolvimento e aprofundamento das relações sociais. Procurar ambientes novos (geralmente frequentados por pessoas diferentes), às vezes, é uma boa saída para ampliar o círculo de amizades. Participar de cursos, academia, grupos de estudo ou outras atividades em grupo é o bastante, muitas vezes.
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