Conheça as principais causas de falta de interesse sexual na mulher.
Primeiro diminui o desejo. Em seguida, vem a culpa: “por que eu não tenho vontade de transar?”
Você se identificou? Relaxe! Você não está sozinha. Vamos te ajudar a entender melhor o que acontece.
A disfunção sexual na mulher acontece quando uma questão de cunho sexual acarreta sofrimento pessoal. O fator importante aqui é se isso causa sofrimentoo. Caso não haja incômodo com a situação, não existe problema a ser resolvido. A disfunção pode aparecer de várias formas, incluindo:
- Diminuição do desejo sexual;
- Alteração da excitação;
- Ausência de fantasias sexuais;
- Dificuldade de atingir o orgasmo ou dor durante o ato sexual.
A complexidade do problema
Hormônios e neurotransmissores executando suas funções de forma equilibrada, bem-estar psicológico e profissional e sintonia com o parceiro são apenas alguns dos fatores que cercam a libido feminina.
Para a maioria das mulheres os fatores emocionais têm maior peso que os biológicos; influência cultural e da educação também então diretamente ligadas à libido, pois enquanto o homem é estimulado desde cedo a ter interesse por sexo e a se identificar como um ser sexuado, a mulher é educada a adiar sua iniciação sexual e a reprimir sua libido, muitas vezes vista pela religião como pecado.
Causas orgânicas
- Desequilíbrio hormonal,
- Diabetes,
- Problemas cardíacos,
- Doenças neurológicas,
- Alcoolismo,
- Algumas medicações,
- A fase do ciclo menstrual ou o uso de drogas.
São algumas das condições que podem culminar na redução do desejo sexual da mulher.
A menopausa se encontra fortemente ligada à disfunção sexual feminina. Neste período, que sinaliza o fim do período fértil da mulher, os ovários fabricam menos hormonas, diminuindo a produção de testosterona que, embora seja um hormônio masculino, também compõe os hormônios existentes no corpo da mulher e está relacionado com a libido feminina.
A biologia explica todas essas causa do corpo animal porém, nos seres humanos, há mais variantes nesse processo natural, já que os aspectos psíquicos podem prevalecer sobre os físicos. Isso quer dizer que, mesmo que os hormônios estejam em alta, a mulher pode não sentir vontade de fazer sexo; neste caso, os fatores psicológicos explicam a situação.
Causas psicológicas
- Aceitação do corpo. Muitas mulheres têm insatisfações com o próprio corpo porque não está dentro dos padrões de beleza estabelecidos pela sociedade. Assim, vem a preocupação com a opinião do parceiro e o desejo vai embora.
- Timidez e religião. O modo como a mulher foi educada, os valores e princípios da família podem atrapalhar sua sexualidade, depende de como o sexo foi apresentado para ela.
- Conflito conjugal. Discussões constantes, decepções e falta de respeito entre o casal são os motivos mais frequentes para a baixa da libido.
- Rotina no sexo. Ter relação sexual sempre do mesmo jeito, com dia marcado, sem surpresas e emoções novas pode tornar o sexo morno e pouco interessante.
- Falta de conhecimento do próprio corpo. Quem não se conhece, não sabe pedir o que gosta. Alguns parceiros também não têm tanta sensibilidade para descobrir sozinho, então se ajude!
- Estresse do dia a dia. Com trabalho, desemprego, trânsito, tarefas domésticas e filhos, muitas vezes falta tempo (e disposição) para cuidar de si mesma, auto-observar-se, prestar atenção no corpo e nos desejos.
Tratamentos
As mulheres geralmente demoram anos para tentar resolver o problema, enquanto homens são mais rápidos, já que é muito difícil ter uma ereção sem libido.
Primeiro passo é descobrir as causas da falta de desejo. Se a causa for uma doença física é necessário fazer tratamento com um profissional da medicina. Se for alguma questão emocional ou a influência de fatores externos, sessões com um especialista da saúde mental vão te ajudar.
Existe medicamento para aumentar a libido feminino?
Uma das alternativas medicamentosas é o flibanserin. Segundo pesquisas recentes, ela modula a disponibilidade de serotonina no corpo, que é o hormônio conhecido como “hormônio da felicidade”. Essa regulação do neurotransmissor, encarregado de promover bem-estar, causa um aumento de dopamina, substância essencial para instigar o interesse em transar.
Diferentemente das pílulas masculinas que fazem efeito quase na mesma hora, o flibanserin levaria de seis a oito semanas para produzir efeitos. O medicamento começou a ser estudado pelos cientistas alemães nos anos 1990 com a esperança de ser um antidepressivo para fazer face à fluoxetina e similares. E surpreendentemente, o flibanserin levou as mulheres a ter mais prazer e satisfação sexual .
Curiosidades sobre a libido
Mulheres chegam no auge sexual mais tarde que os homens.
A libido varia de acordo com cada pessoa, mas há evidências suficientes para assegurar que, no geral, as mulheres chegam no seu ápice sexual aos 32 anos, enquanto os homens, aos 18 anos. A causa disso seriam os suspeitos de sempre: os hormônios.
Não existem comidas afrodisíacas.
Não há nenhuma comprovante científico de que qualquer alimento tenha alguma relação com o aumento do apetite sexual. No entanto, é inegável que um delicioso jantar só tem a ajudar um casal que precisa relaxar.
Apesar de nenhuma comida ter o poder de despertar o desejo subitamente, uma boa circulação sanguínea ajuda a aumentar a libido.
Por isso, é valido investir em uma dieta composta por alimentos rico em antioxidantes, como salmão, morangos, aspargos, feijões e legumes.
Consuma no máximo dois drinques.
O excesso de álcool pode ser um grande inimigo da libido, já que a bebida deprime o sistema nervoso. Entretanto, se a ansiedade anda prejudicando a sua vida sexual, pequenas doses de álcool — não muito — podem ajudar a relaxar.
Gravidez aumenta o apetite sexual.
Isso acontece na grande maioria das mulheres graças ao aumento dos níveis de hormônio no sangue. Além disso, no lado psicológico, não há mais, logicamente, aquele medo de engravidar, o que ajuda a mulher a ficar mais relaxada.
Quanto mais testosterona, maior a libido.
Normalmente associada aos homens, a testosterona tem um grande efeito no apetite sexual da mulher. O hormônio costuma ser mais presente nas mulheres com idades mais jovens, e a diminuição da libido na menopausa estaria relacionada com a queda dos níveis do hormônio.
Como vimos, a falta de libido pode ter uma complexidade de causas e um emaranhamento entre elas. O melhor é investigar, fazer uma análise pessoal para assim descobrir as causas e se cuidar. Uma pessoa só consegue se dar bem num relacionamento amoroso quando se dá bem consigo mesma.
FONTE: psicologiaviva
Orgasmo feminino
As mulheres ainda têm dificuldade de falar a respeito do orgasmo feminino. No entanto, é importante entender sua fisiologia e os aspectos culturais envolvidos no orgasmo para ter uma vida sexual satisfatória
Transtornos na área da sexualidade afetam homens e mulheres. Eles, de certa forma, estão mais acostumados a tratar do assunto e, embora muitos retardem o quanto possam a visita ao médico, a maioria acaba buscando orientação.
Com as mulheres, o problema se desenvolveu de modo diferente. Fatores culturais, religiosos, morais e de educação influenciaram – e ainda influenciam – a maneira de entender e praticar o sexo. Se considerarmos que em algumas comunidades a amputação do clitóris é costume preservado ao longo dos tempos, podemos perceber quão profundas podem ter sido essas influências no imaginário feminino.
As mulheres antigas raramente se referiam às suas dificuldades sexuais. Hoje, essa atitude mudou e muitas se queixam de não estarem sexualmente satisfeitas. Estudos realizados pelo ProSex, Projeto de Sexualidade do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, permitem identificar três tipos principais de queixas: falta de desejo, incapacidade de atingir o orgasmo e dor durante a relação.
Essa mudança de comportamento tem sido fundamental para enfrentar as dificuldades que sempre existiram no universo feminino. Entretanto, além da ajuda profissional, é preciso estimular a intimidade entre os parceiros para que juntos possam descobrir o que traz mais prazer a cada um deles.
FALTA DE DESEJO
Drauzio – Muitas mulheres se queixam da falta de desejo sexual. Esse é um fenômeno inerente à vida moderna ou as mulheres antigas só não exteriorizavam essa queixa?
Carmita Abdo – Acho que a diferença está em que as mulheres antigas não se queixavam, mas as de hoje não só se queixam como procuram tratamento uma vez que, parceiras naturais dos homens, sentem que para eles têm sido oferecidas melhores oportunidades para cuidar de suas disfunções sexuais.
Drauzio – Em que faixa etária isso é mais comum?
Carmita Abdo – A falta de desejo é mais comum nas mulheres mais velhas. Em contrapartida, a ausência de orgasmo, isto é, a dificuldade de sentir prazer pleno, é mais frequente na juventude, em geral, na época da iniciação sexual. O importante, porém, é reconhecer que em qualquer fase da vida a mulher pode passar por problemas sexuais.
DISFUNÇÃO ORGÁSMICA
Drauzio – Qual sua visão a respeito da dificuldade feminina de atingir o orgasmo?
Carmita Abdo – A mulher tem dois pontos de excitação em sua genitália: o clitóris e a vaginaa. O homem tem um só e desde criança aprende que por meio da estimulação do pênis vai chegar ao prazer.
Na masturbação, a mulher aprende a excitar-se clitoridianamente. Quando começa a fazer sexo com um parceiro, acha que deve mudar de local e atingir o prazer na vagina pela penetração. Nem todas conseguem. Além disso, o fato de buscar o orgasmo vaginal simultâneo ao do parceiro atrapalha muito as mulheres na obtenção do prazer.
No Brasil, há dados sobre isso. Um terço de nossas mulheres nunca atingiu o orgasmo por penetração nem por autoestimulação; um terço alcança o orgasmo vaginal e o clitoridiano e um terço não consegue ter orgasmo dentro da vagina. Infelizmente, embora não se sintam satisfeitas ao término da relação sexual, a imensa maioria das que não atingem o orgasmo, nada revela a seus parceiros.
O mais importante, porém, não é a falta da satisfação. A ausência de orgasmo pode ser sinal de problemas orgânicos mais sérios como deficiência hormonal, depressão, diabetes ou disfunções glandulares como o hipotiroidismo e o hipertiroidismo. Vale também citar certas posturas culturais (a educação repressiva é uma delas) que podem repercutir no desempenho sexual da vida adulta.
A mulher deve estar sempre atenta a suas dificuldades sexuais, pois podem representar um marcador de sua saúde. Por isso, é necessário considerar o problema de forma mais ampla e pesquisar as possíveis causas da disfunção orgásmica.
MASTURBAÇÃO FEMININA
Drauzio – A masturbação feminina é um tema coberto por um manto negro e do qual pouco se fala. Por quê?
Carmita Abdo – No Brasil, um estudo realizado no ano 2000 demonstrou que 52% das mulheres admitem que praticam masturbação. É um índice baixo se comparado com o dos homens que, quase em sua totalidade, declaram masturbar-se como forma de resolver a demanda sexual na falta de uma parceira.
Para muitas mulheres, entretanto, a masturbação representa algo pecaminoso, incorreto do ponto de vista moral e que pode até prejudicar seu corpo. Trata-se de um tabu que contaminou o imaginário feminino.
A resposta sexual tem quatro etapas. Começa pelo desejo, passa para a excitação que vai crescendo, chega ao orgasmo e termina num período refratário chamado de resolução.
Drauzio – Não aprender a masturbar-se – uma vez que o prazer sexual envolve um aprendizado também – pode ter repercussões na vida da mulher mais tarde?
Carmita Abdo – Esse é um ponto importante. O homem aprende desde garoto a ter prazer pela masturbação. Quando a adolescência chega, está mais treinado, mais trabalhado do que a menina que só então, timidamente, começa a descobrir seu corpo, imaginando que precisa estar pronta no momento do encontro erótico e afetivo para não constranger o parceiro com sua inexperiência. Ela exige muito mais de si própria, o que dificulta seu desenvolvimento e o prazer sexual.
Há, ainda, outros aspectos importantes no comportamento feminino. A menina quer ser bonita, atraente. Fica dividida entre preparar-se para o sexo e estar interessante para o companheiro. Esse é outro fator que interfere na falta de prazer das mulheres. Na hora da relação, concentram-se mais na própria performance e em como o parceiro as vê do que no sexo propriamente dito. E o parceiro não está vendo nada. Está envolvido no ato que pratica, está excitado e completamente voltado para o prazer sexual. Sua escolha já foi feita e não é nesse instante que vai avaliar os encantos daquela mulher. Nesse momento, só lhe interessa que o ato seja agradável e a parceira, compensadora. Por isso, as mulheres estão sempre defasadas, sempre alguns minutos atrás do homem, porque foram educadas assim. No entanto, segundo atestam as evidências do Projeto de Sexualidade do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP, essa realidade está mudando.
FISIOLOGIA DO ORGASMO
Drauzio – Fale um pouco sobre a diferença entre a fisiologia do orgasmo sexual masculino e a do orgasmo sexual feminino, pois nessa diferença parece residir grande parte dos desacertos.
Carmita Abdo – A resposta sexual tem quatro etapas. Começa pelo desejo, passa para a excitação que vai crescendo, chega ao orgasmo e termina num período refratário chamado de resolução. O desejo no homem é muito precoce e ele atinge o pico de excitação em pouquíssimo tempo. A mulher precisa do contato físico para passar da primeira para a segunda fase.
O homem é visual, a mulher é tátil e aí começa a defasagem. Se ele é inexperiente, um ejaculador precoce ou apresenta uma disfunção erétil conhecida como impotência, não vai conseguir compor-se com a mulher e esperar que ela chegue ao pico de excitação e ao orgasmo. Muitas vezes, quando ele está terminando, ela está apenas no começo e não teve sequer a oportunidade de comunicar-lhe o que a agrada ou não. Além disso, quase sempre se cala para não constranger o parceiro nem deixá-lo em situação difícil.
É uma questão de tempo. Um tem de esperar o outro. Como é difícil para a mulher adiantar-se, determinar esse compasso caberia ao homem, pois, teoricamente, estaria mais apto para atrasar-se. Na prática, porém, é comum isso não acontecer, porque ele não está suficientemente preparado nem disponível para essa espera. Por outro lado, frequentemente, ele não sabe o que se passa com a parceira porque, por medo de perdê-lo em virtude da incapacidade de estabelecer sincronia, ela nada lhe diz.
É importante que os homens tomem conhecimento desse fato e propiciem às mulheres a oportunidade de falar. Perguntem. Quem sabe, assim, passemos a falar mais antes do que durante o ato sexual.
No Brasil, metade dos homens e das mulheres tem problemas sexuais. A disfunção sexual é um problema de saúde pública e, quanto mais precocemente for tratada, menos desajustes sérios provocará no casal.
Por isso, insisto que as mulheres não devem ficar se cobrando o orgasmo intravaginal simultâneo. Diria mesmo que ele é quase um mito, pois é muito difícil duas pessoas chegarem ao mesmo tempo ao fim do ato sexual todas as vezes que se relacionam. Quando isso acontece, é motivo de festa, de comemoração.
OCORRÊNCIA DE PROBLEMAS SEXUAIS
Drauzio – Você disse que 50% dos homens e 50% das mulheres têm problemas sexuais. O que quer dizer isso exatamente?
Carmita Abdo – No Brasil, 30% das mulheres já confessaram que não têm orgasmo; 35%, que têm alguma dificuldade de sentir desejo e 21%, que sentem dor na relação sexual. Claro que esses não são números isolados. A mesma mulher pode manifestar os três sintomas simultaneamente e isso perfaz 49%.
E os homens? Pode-se dizer que 46% deles apresentam algum grau de disfunção erétil. Em alguns casos, a disfunção é mínima, ou seja, o indivíduo tem dificuldade de manter o pênis rijo como gostaria ou como já foi um dia. Noutros, a disfunção é moderada. Apesar da perda significativa da ereção, esses conseguem realizar ato sexual pleno com penetração. Por fim, há os casos de disfunção completa, ou seja, ausência total da capacidade eretiva, o que impede completamente a relação. Esses casos estão assim distribuídos: 2,5% têm disfunção completa; 30% apresentam falta parcial e o restante, disfunção mínima.
A idade costuma ser um fator agravante para os homens. Para dar uma noção, aos 40 anos, 1,2% deles tem disfunção completa; aos 70 anos, 12%.
REPERCUSSÕES PSICOLÓGICAS DA FALTA DE ORGASMO
Drauzio – Quais são as repercussões psicológicas da falta de orgasmo na mulher?
Carmita Abdo – Primeiro, é preciso pensar que nem toda mulher exige o orgasmo e que para muitas nem mesmo o sexo é prioritário em suas vidas. No entanto, atualmente, a grande maioria começa a desejar obter o prazer máximo. Se é no clitóris que consegue a sensação, deve explicar a seu parceiro, porque o orgasmo provoca satisfação e relaxamento. A falta de descarga orgástica dificulta a liberação da tensão sexual acumulada e torna a mulher mais irritadiça e de relacionamento interpessoal mais difícil.
Por isso, insisto que as mulheres não devem ficar se cobrando o orgasmo intravaginal simultâneo. Diria mesmo que ele é quase um mito, pois é muito difícil duas pessoas chegarem ao mesmo tempo ao fim do ato sexual todas as vezes que se relacionam. Quando isso acontece, é motivo de festa, de comemoração.
A pele, o maior órgão sexual que possuímos, desempenha papel importante nesse processo. Estimulada, faz com que uma série de neurotransmissores entrem em ação e transmitam informações aos genitais para que sejam liberadas secreções visando à lubrificação do local. Os músculos relaxam, o corpo fica alerta, a respiração mais acelerada e o coração bate mais forte a fim de irrigar a zona onde a excitação é mais intensa.
Drauzio – Para alguns casais, essa incapacidade de atingir o orgasmo simultâneo é motivo de frustração. No final, que importância isso tem?
Carmita Abdo – Não tem nenhuma importância. O que se espera é que haja companheirismo e parceria até o término do ato sexual. Dessa forma, o que atingiu primeiro o orgasmo deve continuar estimulando o parceiro para que também chegue ao prazer perfeito.
Onde as coisas se complicam? Quando um dá por terminada a relação sem se importar com a satisfação do outro. Muitas vezes, a mulher precisa masturbar-se após o ato sexual, porque o companheiro terminou antes, virou de lado e não se preocupou com o que estava acontecendo com ela. Nesses casos, é comum ela insistir no orgasmo simultâneo como forma indireta de mostrar que ele precisa aguardá-la. Para os homens que estejam bem sexualmente é mais fácil manter esse controle. Se apresentam ejaculação precoce ou disfunção erétil, o caso muda de figura.
MULHERES: MAIS SELETIVAS NA ESCOLHA DO PARCEIRO
Drauzio – Na adolescência, a maioria dos homens passa a demonstrar interesse indiscriminado pelas mulheres. As meninas, ao contrário, são muito mais seletivas. Você não acha que essa diferença de comportamentos cria uma expectativa em relação ao sexo que pode explicar tantos desencontros?
Carmita Abdo – Sem dúvida. Os hormônios sexuais, a educação que recebem e a expectativa social que recai sobre os homens, tudo é muito diferente do que acontece com as mulheres. Para eles, já na adolescência, o sexo é permitido e seu interesse pela atividade sexual, valorizado. Apesar da evolução dos costumes, para a mulher não é dado o mesmo estímulo na infância e ela não goza desse tipo de liberdade nem na adolescência nem na vida adulta.
Caso esteja disposta a estabelecer relacionamentos mais fáceis é chamada, no mínimo, de vulgar. Consequentemente, fica mais seletiva. Se isso é bom ou ruim, só a vida vai mostrar. Para algumas, ser seletiva combina com sua personalidade. Para outras, exige muito controle e repressão porque, na verdade, gostariam de ser mais livres para expressar sua sexualidade.
Um fato, porém, tem chamado a atenção. As pesquisas vêm demonstrando que, ao contrário do que acontecia antigamente, quando as mulheres que se preservavam eram as preferidas, alguma experiência faz parte das exigências masculinas em relação às suas parceiras.
FISIOLOGIA DO ORGASMO
Drauzio – Você poderia explicar a fisiologia do orgasmo?
Carmita Abdo – O orgasmo não se limita aos órgãos genitais. É uma sensação que toma o corpo todo e começa no cérebro através do desejo, que é estimulado pelos órgãos dos sentidos e pela imaginação. É no cérebro que a pessoa se libera para o ato sexual.
A pele, o maior órgão sexual que possuímos, desempenha papel importante nesse processo. Estimulada, faz com que uma série de neurotransmissores entrem em ação e transmitam informações aos genitais para que sejam liberadas secreções visando à lubrificação do local. Os músculos relaxam, o corpo fica alerta, a respiração mais acelerada e o coração bate mais forte a fim de irrigar a zona onde a excitação é mais intensa.
LUBRIFICAÇÃO E EXCITAÇÃO
Drauzio – A lubrificação é diretamente proporcional à excitação?
Carmita Abdo – A mulher que não se excita, geralmente, não se lubrifica. Nas idades mais avançadas, a lubrificação pode ser prejudicada pela queda na produção dos hormônios femininos, mas, numa mulher de 30 anos, por exemplo, será diretamente proporcional ao estímulo recebido e serve para indicar se a vagina está pronta para receber o pênis em seu interior. Essa é uma dica importante para os homens. Se a mulher não está suficientemente lubrificada, deve continuar sendo estimulada com beijos, abraços e toques corporais para facilitar a penetração e a excitação intravaginal.
ORGASMO CLITORIDIANO E VAGINAL
Drauzio – Qual a diferença entre a fisiologia do orgasmo clitoridiano e a fisiologia do orgasmo que a mulher atinge por penetração?
Carmita Abdo – A fisiologia é praticamente a mesma, apenas a mulher tem dois pontos em que pode excitar-se. Não há uma via específica que encaminha para um local ou outro. Acontece que, às vezes, elas aprenderam a excitar-se no clitóris e fica difícil transportar essa forma de obtenção de prazer para dentro da vagina. Como esse assunto faz parte de nosso trabalho, ouvindo o depoimento de muitas mulheres, parece que o orgasmo dentro da vagina é mais amplo e espalha-se pelo corpo de forma mais intensa. O clitoridiano é mais silencioso, mais restrito, até porque é o orgasmo que a menina, durante a adolescência, praticou às escondidas, reprimindo qualquer exteriorização mais evidente. Essa característica da autoerotização feminina, leva a mulher a exercer certo controle sobre esse tipo de prazer.
PONTO G: EXISTÊNCIA CONTROVERTIDA
Drauzio – O ponto G é assunto discutido em todas as revistas femininas, não é?
Carmita Abdo – Muito se discute hoje se existe ou não o tal ponto G, local mais enervado e vascularizado dentro da vagina onde é maior a possibilidade de prazer. Pergunta-se também se a glande masculina terá sensibilidade para encontrar esse ponto. Segundo os anatomistas, a penetração profunda não o estimula, porque ele se localiza na parede anterior do terço inferior da vagina. Imaginando a mulher deitada de costas, ele estaria mais próximo do umbigo do que do ânus.
Teoricamente, a penetração profunda não favorece a excitação do ponto G. É necessário estimular o terço inferior da vagina para aumentar o prazer da mulher.
Por outro lado, a borda da vagina também é muito excitável. Se o homem tiver tranquilidade suficiente para excitar essa região e, só depois, pouco a pouco ir penetrando, além de propiciar maior prazer à mulher, estará oferecendo-lhe a oportunidade de aprender a explorar o prazer intravaginal. Às vezes, porém, ele se excita demais, não consegue controlar a situação e perde a continuidade do ato. Como se vê, fazer sexo é uma questão de treino para ambas as partes.
EJACULAÇÃO FEMININA
Drauzio – Muitos homens esperam da mulher, no momento do orgasmo, um fenômeno semelhante ao da ejaculação masculina.
Carmita Abdo– Algumas mulheres, em virtude do orgasmo vaginal intenso, liberam muito líquido durante o ato sexual. Muitas vezes, elas relatam que ficam completamente molhadas e chegam a levantar a hipótese de que tenham urinado. Cerca de 10% das mulheres apresentam esse tipo de ejaculação. Quem não tem, não precisa preocupar-se, porque basta a lubrificação para garantir desempenho sexual bastante satisfatório.
Esse fenômeno seria resquício da semelhança existente entre os genitais masculinos e femininos na fase embrionária, já que eles só se diferenciam completamente ao longo do desenvolvimento intrauterino.
FONTE: psicologiaviva
Como fazer ele durar mais tempo na cama.
Chegar cedo é um sinal positivo e promissor, uma qualidade que quase todo mundo aprecia em um parceiro. Mas essa característica é a última coisa que você quer entre quatro paredes. Se ele “chega aos finalmentes” muito rápido (principalmente depois de uma longa semana sem relações sexuais) ou quando isso acontece o tempo inteiro, não é uma má ideia você ajudá-lo a descobrir como durar mais tempo na cama.
Para ser justo, estima-se que a duração média do sexo com penetração seja de três a seis minutos, diz Jessica O’Reilly, PhD, apresentadora do Podcast SexWithDrJess. Portanto, se o seu parceiro estiver nessa faixa, ele tecnicamente tem uma capacidade normal para a transa com penetração. Ainda assim, se você (ou os dois) não está satisfeito, isso é um problema. Felizmente, é um que pode ser resolvido!
Aqui está exatamente o que você pode fazer para ajudar seu parceiro como durar mais tempo na cama, para que você possa alcançar a linha de chegada também.
1.Sugira um joguinho pré-sexo
Antes de fazer sexo, faça da masturbação parte das suas preliminares. “Diga a ele que você quer que ele veja você se tocar, ele vai adorar”, diz Emily Morse, PhD, apresentadora do podcast Sex With Emily. Além disso, isso também ajudará você a começar bem e a já resolver a questão do orgasmo, para que ambos estejam na mesma página depois de fazer sexo.
2.Como durar mais tempo na cama: Coloque um anel peniano
Os anéis penianos circundam a base do pênis, geralmente ao redor do corpo do pênis, testículos ou ambos, diz O’Reilly. Eles adicionam pressão à base do pênis, restringindo o fluxo sanguíneo. Isso pode atrasar o orgasmo, ajudando-o a durar mais tempo na cama.
Brinquedos sexuais são sempre uma boa ideia!
3.Experimente a “técnica do aperto”
Faça com que seu parceiro retire o pênis quando as coisas começarem a ficar intensas para ele e logo em seguida aperte a cabeça do pênis, sugere a terapeuta sexual Debra Laino, que tem doutorado em sexualidade humana.
Você não precisa fazer isso por muito tempo, mas antes que ele sinta que vai gozar, faça uma pausa e pressione firmemente a haste do pênis com o polegar e o indicador. O aperto pode ajudar a retardar a ejaculação, para que vocês dois possam continuar por mais tempo.
4.Considere usar um preservativo
Eu sei, eu sei: ninguém quer usar camisinha, especialmente quando você não precisa se preocupar com ISTs ou gravidez indesejada com um parceiro monogâmico. Mas, na verdade, nesse caso, é indicado.
Os preservativos criam uma camada extra de separação entre o pênis e a vagina, para que a sensação carnal de penetração não seja tão intensa. Isso pode atrasar o orgasmo apenas o tempo suficiente para te ajudar para que você obtenha o seu – e você sempre pode remover a camisinha no último segundo antes do clímax, se desejar.
5.Como durar mais tempo na cama: Troque de posição
A maioria dos caras sabe quando está prestes a atingir o orgasmo (querido Deus, espero que sim), então mude de posição quando ele sentir que está chegando perto, diz O’Reilly.
Você pode até saber o que está acontecendo e assumir o controle. Geralmente você pode sentir os testículos do seu parceiro apertando e levantando mais à medida que ele se aproxima do orgasmo, diz ela.
Quando um homem tem um orgasmo, ele tem dois conjuntos de contrações, cada uma com uma média de 0,8 segundos de distância uma da outra, diz O’Reilly. Movendo-se nesse ritmo, ou mais rápido, e com um ritmo previsível, pode levar ele ao orgasmo mais rapidamente; portanto, desacelerar ou alterar o ritmo pode atrasar a ejaculação.
Pode ser que você tenha que experimentar aqui, para ver o que funciona melhor para você. (Morse sugere tentar movimentos ficando por cima, o que te ajudará a controlar o ritmo.) Mude um pouco as coisas e fale sobre o que ele gosta. Assim vocês podem alcançar um meio-termo que seja bom para os dois!
6.Faça mini pausas
Ninguém disse que você tem que ir com força e rápido o tempo todo, então faça pequenas paradas e comece a fazer misturas, diz Laino. “Enquanto faz sexo, peça ao homem que retire o pênis e te beije um pouco, essencialmente acalmando a emoção”, diz ela. “Isso realmente traz uma experiência muito mais longa, que gera uma intimidade mais profunda”.
7.Faça com que ele exercite o assoalho pélvico
Curiosidade: estes exercícios não servem apenas para você! Os homens também podem trabalhar o assoalho pélvico, e isso pode fazer uma grande diferença na cama. Um estudo sueco publicado em 2014 descobriu que homens que fizeram alguns meses de exercícios no assoalho pélvico foram capazes de melhorar sua capacidade de controlar a ejaculação precoce. (Para ser claro, cada um dos homens do estudo sofria de problemas de EP ao longo da vida.)
Independentemente do seu parceiro ter esse problema ou não, incentive-o a fazer alguns exercícios diários enquanto estiver sentado em sua mesa no trabalho. (Ele basicamente só precisa apertar os músculos entre o cóccix e os órgãos genitais.) Isso pode fazer uma grande diferença, diz O’Reilly. Afinal de contas, machucar não vai.
8. Como durar mais tempo na cama: Continue
Só porque ele gozou não significa que você precisa terminar a transa, aponta Rachel Needle, PsyD, terapeuta sexual e psicóloga licenciada no Center for Marital and Sexual Health of South Florida. Laino concorda. “O sexo não precisa parar em um orgasmo”, diz ela. “Se o afterplay continuar, é provável que ele tenha outra ereção e dure um pouco mais na segunda ou terceira vez.”
Quanto a você? É totalmente possível obter vários orgasmos em uma única transa – agora que você conseguiu que ele dure mais tempo na cama, é possível que esse seja seu próximo objetivo…
FONTE: istoesaudedamulher
Ejaculação feminina. Mito ou Verdade?
A ejaculação feminina, muitas vezes confundida com o chamado squirting, desperta polêmica.
Até a ciência tem dificuldades para entender os detalhes da ejaculação feminina.
A ejaculação feminina sempre foi alvo de controvérsias na sociedade… e no mundo científico. Os estudos mais recentes comprovam sua existência, porém indicam que somente em torno de 2% das mulheres vão apresentá-la. Estamos falando da emissão de quantidade variável de líquido durante a fase mais avançada da excitação no sexo ou junto ao orgasmo.
Veja: nem a composição desse líquido está bem definida. Evidências de análise bioquímica e acompanhamento com ultrassom da presença ou não de urina na bexiga, antes e depois do evento, apontam que algumas mulheres podem eliminar xixi no momento do orgasmo.
Já outros experimentos encontraram resquícios de líquido prostático nessa emissão. Conclusão: algumas mulheres podem ter resquícios de glândulas prostáticas, de onde sairia, também, parte desse fluido ou mesmo todo ele.
Também não há uma uniformidade nas definições. Pode-se considerar como ejaculação feminina a liberação de um fluido escasso, espesso e esbranquiçado. Outra situação é a ejaculação feminina conhecida como “squirting”, em que há liberação de grande quantidade de líquido.
Como as investigações são feitas avaliando o comportamento de um número reduzido de mulheres selecionadas, grupos de profissionais questionam os métodos de pesquisa. Alguns seguem declarando não haver prova real da ejaculação feminina.
Existindo ou não, a ejaculação feminina é mais um elemento da ainda não totalmente esclarecida resposta sexual feminina. Cada mulher é única e cada andamento de relação sexual pode ter um desfecho onde satisfação e orgasmo nem sempre coexistem.
Fato certo é que o orgasmo da mulher é algo sensorial, captado e vivenciado no cérebro. Ele depende de um estímulo adequado, que se aplique em lugar e de forma adequada, ou pode, raramente, ser desencadeado até mesmo por pensamentos e fantasias.
· Além disso, sabemos que não há somente um tipo de orgasmo. As reações físicas que acompanham o orgasmo são variáveis e podem ter traços inéditos ou inclusive duvidosos, como a ejaculação feminina.
O desafio é desapegar de tantas “novidades” que são inseridas na sexualidade feminina. Ou nós conheceremos mais o nosso corpo ou estaremos condenadas a sair por aí procurando por pontos nebulosos que surgem a cada dia (ponto G, A, Z) e buscando treinamentos para ejacular, como se isso fosse nos fazer mais mulher ou trazer mais prazer. Não vai.
O desafio é dominar a si mesma, conhecendo o próprio corpo e seus desejos. Transponha limites íntimos aonde nenhum ponto é necessário para demarcar território.
Enquanto a ejaculação feminina é motivo de especulações, vamos seguir com foco na satisfação. Investir na qualidade da parceria e na entrega é o melhor caminho para o orgasmo dos sonhos, com ou sem ejaculação, mas sem abrir mão da emoção.
FONTE: por Cristiane Schneckenberg
As seis perguntas sobre sexo que homens e mulheres mais fazem.
Falta de desejo, anorgasmia, disfunção erétil ou fantasias sexuais. Falámos com uma especialista e respondemos às preocupações sexuais mais frequentes.
Sozinho ou ao pares, durante uma palestra ou em fóruns anónimos na Internet. Independentemente do lugar, as dúvidas em relação à vida sexual variam conforme o contexto e a pessoa, mas há umas que se repetem continuamente e, portanto, ajudam a definir a falta de conhecimentoo e a preocupação geral em relação ao corpo e ao sexo. Conversámos com a psicóloga clínica e sexóloga Vânia Beliz, que nos explicou quais as questões mais abordadas pelo público e ajudou-nos a encontrar as respostas.
MULHERES
1- Por que tenho pouco desejo sexual?
A ausência de desejo sexual pode ter muitos motivos, seja medicação, alteração do estilo de vida, se está a passar por um período muito complicado a nível profissional ou familiar, até uma mulher que foi mãe há pouco tempo e está no período de amamentação, fase que pode reduzir o desejo… Portanto é uma questão que deve ser sempre muito bem avaliada. É preciso analisar a situação da relação também. Mas o único certo é que em vez da mulher se culpabilizar, deve tentar perceber de onde é que vem essa dificuldade, até porque pode ser multifactorial.
2- O que me impede de atingir o orgasmo?
No caso das mulheres, muitas das vezes, é a dificuldade na excitação. O fato das mulheres não terem facilidade em excitar-se logo para começar, também faz com que elas depois não tenham capacidade para conseguir ter a excitação máxima que leva ao orgasmo. A dificuldade das mulheres em concentrarem-se na altura da relação sexual, no que estão a sentir, também influencia. Mas acima de tudo são as dificuldades na excitação que depois conduz à dificuldade em atingir o orgasmo. Podem ainda existir mulheres que tomem ansiolíticos, antidepressivos ou que fazem uso de algum tipo de medicamento que também podem contribuir para a dificuldade em atingir o orgasmo.
3- Qual é a idade ideal para iniciar a vida sexual?
Esta questão é muito frequente. Normalmente, em relação aos jovens, eu respondo de uma maneira muito simples, que é: a lei só identifica como ter capacidade de consentimento para o ato sexual a partir dos 14 anos. Ou seja, antes dos 14 anos, a pessoa não é considerada capaz de dar consentimento para a prática sexual. Agora, a pessoa deve ter uma relação sexual quando se sente preparada e aí pode ser aos 16, pode ser aos 20 como pode ser aos 30…
4- O sexo acaba para as mulheres com menopausa?
Existem realmente muitas mulheres que, com a chegada da menopausa, referem sentir menos desejo sexual e, às vezes, isso acontece também porque existe uma alteração hormonal, mas também porque as mulheres estão pouco informadas sobre as questões do envelhecimento. E depois, para as mulheres, o envelhecimentoo traz uma coisa negativa, a questão da imagem… Agora [o sexo] não tem que acabar e pode até tornar-se mais gratificante. Eu tenho muitos casos de mulheres que durante a fase fértil tinham muito receio de engravidar então, por isso, não conseguiam soltar-se na relação, e que agora que têm mais disponibilidade, que já não tem risco de gravidez, que os filhos já não estão em casa, já encontraram mais espaço para viver uma intimidade de uma forma mais liberta. É importante que as mulheres procurem durante a menopausa um acompanhamento clínico também para avaliar a possibilidade de tomar algum medicamento que poderá ajudar a repor as hormonas e a ajudar a melhorar o desejo sexual, por exemplo. E depois também a recorrer a alguns produtos que ajudam na lubrificação, porque muitas das vezes com o envelhecimento as mulheres têm dificuldade de lubrificação. E existem já muitos produtos que podem melhorar essa capacidade. São muitas as opções ou estratégias para ajudar as mulheres no processo de envelhecimento. O mais importante são os fatores psicológicos, que limitam muito a intimidade, porque a mulher deixa de se sentir desejada ou desejável, porque muitas sentem irritação, calor, mal-estar e fatores psicológicos que são limitadores da sexualidade.
5- É normal ter apenas orgasmos clitorianos?
Sim, a maior parte das mulheres atingem o orgasmo com estimulação clitorianaa e o clitóris é a estrutura de prazer para a maior parte das mulheres. Portanto, com a penetração exclusiva do pénis-vagina, a maior parte das mulheres não consegue atingir o orgasmo. Muitas das vezes elas precisam de estimulação ou antes da penetração ou mesmo durante a penetração no clitóris para atingir o orgasmo.
6- Por que a penetração dói?
A penetração não tem de doer. Se dói é porque existe algum problema. Normalmente, quando a dor é na entrada da vagina é devido á dificuldade de lubrificação. Depois, se a dor for dentro da vagina com a penetração, poderemos estar a falar aqui ou de uma questão de tamanho ou também da falta de lubrificação. Normalmente com o lubrificante as mulheres melhoram bastante. Depois interessa saber se estão a contrair-se, se estão nervosas, mas normalmente um lubrificante é o suficiente para as mulheres tirarem as queixas.
HOMENS
1- O tamanho do meu pénis é normal?
O mais importante é explicarmos aos homens que não há nada que possa fazer para mudarr o tamanho do pénis. Isto é importante porque há muitos homens que recorrem a cirurgias ditas milagrosas, que gastam dinheiro em produtos para poderem aumentar o pénis, mas não existe nada seguro, nem do ponto de vista cirúrgico. E eu posso dizer há homens que pagam pequenas fortunas para injetar produtos que aumentam, por exemplo, o diâmetro, mais até no diâmetro. É importante que os homens percebam que cada homem tem o seu tamanho, que existe um tamanho que é considerado “normal” para os homens europeus – de 12 a 14 cm –, mas que isso não é o principal factor na satisfação do casal e que insistirem nessa questão do tamanho prejudica mais do que o resto. E cada homem deve aproveitar aquilo que tem. Só os pénis abaixo dos 10 cm é que são pénis ditos pouco funcionais porque na penetração levantam problemas, mas também aí não há nada a fazer.
2- Eu sou um ejaculador precoce. O que posso fazer?
Também é muito importante fazer o diagnóstico correto da ejaculação precoce, porque o que nós verificamos é que muitos homens acham que são ejaculadores precoces e depois percebemos que não há disfunção. O ejaculador precoce é aquela pessoa que à mínima estimulação ejacula. E, muitas das vezes, o que os homens querem é efetivamente demorar mais tempo e o que verificamos naquilo que recolhemos é que muitas das vezes eles não são rápidos ou seja, o que eles devem perceber é que a pouca experiência sexual também conduz às ejaculações mais rápidas, que a masturbação é uma forma que os homens poderão ter aprender a controlar a sua ejaculação e que devem diminuir as preliminares se ejacularem demasiado rápido. São algumas estratégias e depois, claro, no caso de haver a disfunção comprovada existem fármacos receitados ou descritos pelo médico mediante avaliação que podem ajudar a melhorar. O que verifico, muitas das vezes, é que essas ejaculações precoces surgem pela ansiedade no empenho e medo de falhar.
3- Como combater a disfunção erétil?
Tem de sempre haver uma avaliação clínica porque tem de se tentar perceber também em que momentos é que o homem tem sensação de falha. Porque se o homem durante a masturbação não tem falha de ereção e depois ela acontece na penetração, podemos estar a pôr em causa que poderá ser uma situação de ansiedade na hora da relação. Agora, aqueles homens que acordam sem ereção de manhã todos os dias, que têm algum problema associado a diabetes e colesterol crónicos, que potenciam as dificuldades, têm mais probabilidades de ter alguma disfunção. As disfunções sexuais necessitam sempre de uma avaliação clínica, principalmente por parte do médico e também do sexólogo. Existem excelentes medicamentos, mas apenas com prescrição clínica. Para aumentar o tempo e para aumentar a rigidez, os homens também consomem produtos que compram às vezes pela Internet, produtos que muitas das vezes aparecem como potenciadores e que a longo prazo podem trazer graves problemas para a saúde. O facto de um homem falhar uma vez ou duas não significa que tenha uma disfunção, que é uma crença muito comum, eles falham uma vez e começam a achar que nunca mais vão funcionar.
4- Porque é que as mulheres levam mais tempo para atingir o orgasmo?
Porque a nossa resposta sexual é diferente, o mecanismo de excitação é diferente e logo as mulheres precisam realmente de serem mais estimuladas para conseguir ter prazer. Tem a ver com diferenças biológicas da nossa resposta sexual.
5- Como realizar uma fantasia sexual?
As fantasias podem ser realizáveis ou não. E se forem realizáveis, elas só devem acontecer quando existe consentimento e vontade por parte das pessoas envolvidas. Realizar uma fantasia mediante uma situação de insegurança ou de medo pode trazer riscos para a relação. Portanto, há fantasias que podem ser fáceis porque não envolvem outras pessoas e porque não põe em causa determinadas situações, por exemplo, vestir uma determinada roupa ou fazer sexo em determinado sítio. Agora, as pessoas devem sempre avaliar os riscos que essa concretização da fantasia pode ter. Se o risco realmente for mais elevado que o benefício, então deve ser questionada a realização daquela fantasia. Depois existem coisas que surgem na nossa cabeça e que não são realizáveis, servem apenas para nos excitar, que muitas vezes até desaparecem após o orgasmo, e que não têm obrigação nenhuma de serem partilhadas. Nós não temos de partilhar obrigatoriamente com a pessoa com quem estamos tudo o que se passa na nossa cabeça, não é? E em relação a algumas práticas que queiram experimentar ou concretizar nada como colocá-las em cima da mesa e perceber se do outro lado existe disponibilidade. Havendo consentimento, conforto e a vontade poderá realizar-se a fantasia. Se for alguma coisa que crie alguma insegurança será melhor avaliar, porque pode colocar em risco depois a estabilidade da relação.
6- Eu e o meu/minha parceiro(a) fazemos pouco sexo. É normal?
Os homens normalmente manifestam mais desejo da frequência sexual que as mulheres. E muitas das vezes existe um descasamento em relação àquilo que o outro deseja. Nesta altura o importante é as pessoas dialogarem. Não há problema nenhum, não deve constituir um risco e não deve pôr em causa o sentimento do outro porque naquele dia não houve sexo. Deve-se é tentar perceber o que é que poderá estar a acontecer. Se a pessoa tinha uma frequência sexual muito ativa e de um momento para o outro deixou a ter, deve-se tentar perceber porque é que isso está a acontecer. E, às vezes, pode ser simplesmente porque houve uma situação de stress, a pessoa não está com a mesma disponibilidade, pode haver muitos fatores que fazem com que as pessoas se inibiam do contacto sexual. Por isso é importante que as pessoas conversem se notarem algum tipo de afastamento.
POR Aline Fernandez
Brasileiras andam insatisfeitas com a própria vagina. Mas por quê?
Pesquisa indica que sete em cada dez mulheres não estão em paz com a região íntima. É hora de despir mitos, tabus e o desconhecimento
Crença em um padrão ideal de vulva faz muitas mulheres não se aceitarem e terem vergonha de se autoconhecer. Mas cada vulva é única!
Como é que vamos ter intimidade com algo ou alguém a quem chamamos até pelo nome errado? Pois é, vou começar esta história com um esclarecimento: diferentemente do que ouvimos por aí, vagina não é sinônimo de órgão genital feminino. A bem da verdade, o termo de direito é vulva — vagina é só uma das estruturas que a compõem. Só que a palavra pegou de um jeito que as pessoas a utilizam por aí como o conjunto da obra. E tem mulher que ainda fica corada ao ouvi-la.
É tanta vergonha e tabu que o povo recorre a uma porção de apelidos, dos mais infantilizados aos pejorativos. Mas a va…, ops, vulva merece mais atenção e respeito. Até porque o buraco é lá embaixo. Uma pesquisa recente, feita pela Nielsen Brasil, a Intimus e a Troiano Branding com 398 mulheres de 16 a 45 anos das regiões Sul, Sudeste e Nordeste, escancara a falta de conhecimento e o descontentamento da brasileira com a região íntima.
No estudo, batizado de “Os Estigmas da Vagina”, salta aos olhos o dado de que 68% das entrevistadas dizem ter alguma insatisfação com a genitália. Além disso, 15% das participantes não olham para ela diariamente, 25% não costumam tocá-la e metade confunde a imagem da vulva com a da vagina.
Para a psiquiatra Carmita Abdo, presidente da Associação Brasileira de Medicina e Saúde Sexual, o desconhecimento da vulva é o que leva à não aceitação e a outros dissabores. “Muitas mulheres não se dispõem a entrar em contato com essa região. Elas não olham, não tocam, como se nem tivessem esse direito, e, aí, a rejeitam antes mesmo de entender como funciona”, diz a também professora de medicina da USP.
Para Carmita, essa visão está intimamente ligada à educação sexual, ou melhor, à falta dela. A ginecologista Carolina Ambrogini, coordenadora do Projeto Afrodite de Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)), concorda e relata que boa parte das pacientes que chegam ao consultório simplesmente nunca olhou direito para essa parte do corpo. “Tenho um espelhinho e faço questão de apresentar a anatomia da própria vulva a cada uma delas. Muitas se espantam, algumas não querem ver, outras acham estranho e até nojento. Uma pena, porque o conhecimento deveria ser natural”, conta a especialista em sexualidade.
Como se reverte isso, agora e nas próximas gerações? O canal é o autoconhecimento. “Isso deveria ser estimulado desde a infância pela família, pela escola e pelos profissionais de saúde. Toda mulher precisa compreender suas estruturas, saber como se comporta a secreção vaginal ao longo do ciclo menstrual, o que é ou não normal”, afirma a ginecologista Flávia Fairbanks, secretária da Comissão Nacional Especializada de Sexologia da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo)). Sim, autoconhecimento — da vulva inclusive — tem muito a ver com a saúde.
Mas por que as brasileiras se queixam tanto da própria região íntima? Voltando à pesquisa, a maioria das entrevistadas reclama dos pelos (33%), depois vem a cor (18%), seguida da aparência em geral (17%) e do tamanho (15%). E é aí que precisamos desfazer outro mito: não existe padrão ideal de vulva. Elas não são iguais, nem deveriam ser! Algumas mulheres têm lábios maiores e outras, menores; umas têm tom de pele mais escuro, enquanto há aquelas com a cor mais clara; existem vulvas mais ou menos peludas, e por aí vai. Vide a obra The Great Wall of Vaginaa, do escultor britânico Jamie McCartney, que moldou, em gesso, 400 vulvas de mulheres reais de diferentes idades e regiões do mundo.
“A diversidade é inerente ao ser humano. Cada mulher é única e uma vulva não é igual a outra. Precisamos nos olhar com mais carinho, independentemente de formato, cor ou estética da região íntima. Daí a importância de criar debates sobre o tema para que as mulheres se sintam mais confiantes e obstinadas a praticar o autocuidado e o autoconhecimento, tendo uma relação saudável com a sua vulva”, propõe Monica Fernandes, gerente de cuidados femininos para a América Latina da Kimberly-Clark, grupo responsável pela marca Intimus e que encomendou a pesquisa à Nielsen.
A insatisfação com os domínios da vulva não parou aí. O cheiro também foi alvo de protesto de 18% das participantes do estudo. Soma-se a isso o fato de que as secreções são campeãs nas reclamações feitas em consultas médicas. O que dizer disso? “Estamos falando de uma mucosa, ou seja, na região íntima há secreção e odor. Calcinha limpa só se for de criança ou de idosa”, responde Carolina. Mais do que se conscientizar de que a vagina tem cheiro mesmo, é preciso que a mulher conheça o seu até por uma questão de saúde. Mudanças no odor podem ser indicativos de infecções.
Da menstruação à menopausa
Apesar de todo o tabu que a envolve, a menstruação sempre foi a porta de entrada para os diálogos sobre a intimidade feminina. Mesmo que a fonte da informação esteja fora de casa, a adolescente acaba se dispondo a buscar respostas e mais conhecimento de seu corpo a partir do momento em que menstrua. Na pesquisa da Nielsen, metade das entrevistadas diz procurar na leitura (de revistas, sites etc.) orientações sobre suas partes íntimas e o período menstrual. Mas é evidente que esse tema precisa ser mais naturalizado. Em pleno 2020, tem mulher se sentindo impura e tentando disfarçar quando está menstruada.
Quer exemplos do dia a dia que denunciam esse constrangimento? Repare quantas perguntam bem baixinho se a colega tem um absorvente para ceder ou escondem o dito-cujo quando vão ao banheiro se trocar. Os ginecologistas tentam a todo custo mudar esse estigma e, mais do que isso, fazer com que a mulher sinta, conheça e aceite o seu ciclo. Sim, porque o organismo dá demonstrações claras, como a secreção vaginal espessa que desce pelo canal durante o período de ovulação.
Para perceber esses sinais, porém, é preciso entrar em contato com o próprio corpo e desbravá-lo — e não é raro que moças mais jovens ou maduras não avancem nessa jornada. “Temos um distanciamento cultural da nossa intimidade. No entanto, com debate e muito diálogo, as mulheres vão, aos poucos, fazendo as pazes com a menstruação, se empoderando do sangue menstrual, se conhecendo melhor”, avalia a ginecologista, obstetra e sexóloga Rebeca Gerhardt, que atua na capital paulista.
Na outra ponta dessa caminhada, a menopausa chega como uma onda e traz enormes mudanças hormonais e físicas, que podem repercutir na anatomia íntima. Mas não é que as mulheres mais velhas estão se mostrando um pouco mais bem resolvidas nessa seara? É o que aponta a pesquisa da Nielsen: quem tem mais de 40 anos tende a se queixar menos do visual da vulva do que as mais novas.
Esse público também tem buscado o médico para contornar eventuais chatices que vêm com a idade. “À medida que o conhecimento vai se expandindo, cresce a demanda por melhorar uma área que, por muito tempo, foi considerada um tabu para procedimentos de qualquer natureza, em especial os estéticos”, afirma o dermatologista Thales Bretas, que estuda os efeitos de técnicas como a aplicação de laser na região íntima na Universidade Federal Fluminense (UFF).
As principais reclamações que chegam ao consultório com a menopausa são a atrofia da vagina, quando ocorre uma diminuição em sua lubrificação e rugosidade; a flacidez nos grandes lábios, que pode ocorrer devido à queda na produção de colágeno no pedaço; o aumento da dimensão dos pequenos lábios; e a redução do volume da vulva. O perrengue maior é que a mucosa da vagina perde tecido e fica mais fininha, se machucando facilmente. Junto a isso, tem a falta de lubrificação natural em razão da deficiência do hormônio estrogênio. Aí já viu: pode ficar bem difícil na hora da penetração.
Mas nem tudo está perdido. Nem de longe. Além da reposição hormonal e de cremes específicos — que sempre devem ser usados sob orientação médica —, há novos tratamentos à base de laser e radiofrequência que vêm demonstrando bons resultados. E, se a ideia é dar um tapa no visual, mesmo ciente de que cada vulva é única, a cirurgia plástica pode entrar em cena com a ninfoplastia, que promete revigorar a aparência dos lábios. A procura pelo procedimento vem crescendo, mas, antes de entrar no bisturi, é essencial passar por exames e verificar se não haverá comprometimento na função vaginal. Ora, nem tudo se resume à estética.
Pequeno manual de anatomia
Será que você conhece mesmo o órgão genital feminino?
Vulva
Vamos começar pelo todo. Essa é a denominação da parte externa do órgão genital feminino, que vai desde o monte pubiano até o ânus, ou seja, tudo o que dá para enxergar ali.
Vagina
É a cavidade, em forma de tubo, que faz a comunicação da vulva com o útero. Revestida de uma mucosa, é o canal de saída da menstruação e do bebê na hora do parto.
Monte de Vênus
Também chamado monte pubiano, é literalmente uma gordurinha que protege o osso púbico. Ele fica lá em cima da vulva e é coberto de pelos — e nos protege contra o atrito.
Lábios
Há os pequenos e os grandes. São dobras da pele que defendem a entrada do canal vaginal. Durante a relação sexual, os pequenos lábios aumentam de tamanho.
Clitóris
Pequenino por fora, é maior por dentro. Muito sensível ao tato, com suas 8 mil terminações nervosas, tem papel importante na excitação e no prazer sexual.
Uretra
A mulher tem dois canais na região genital. Um é a vagina. O outro é a uretra, a rota por onde passa o xixi. Tem cerca de 4 centímetros e liga a bexiga à vulva.
Microbiota
No canal da vagina, há uma população de micro-organismos benéficos, que ajudam a manter o pH ácido da região. Essa comunidade de bactérias ainda evita que patógenos passem até o útero.
Lubrificação
Resultado da associação do muco cervical, produzido no colo do útero, e da secreção da mucosa vaginal e de dois conjuntos de glândulas. É essencial para que a penetração seja mais prazerosa.
Odor
A vagina tem cheiro! E ele pode mudar ao longo do dia, principalmente se a vulva ficar abafada, e no ciclo menstrual. A dica é reconhecer seu odor e se atentar caso ele fique intenso.
Pelos
O debate sobre mantê-los ou não é antigo e, até agora, não se chegou a um veredicto sobre seu papel protetor. Sinta-se à vontade para apará-los, caso incomodem você.
E a higiene?
Lave com sabonete uma vez ao dia (íntimo ou de pH neutro) e faça a limpeza dos lábios e nunca do canal vaginal. Use só papel ao ir ao banheiro (da vulva para o ânus).
Ponte para o prazer
Se nem devidamente apresentadas as mulheres são à sua região genital, imagine se elas costumam ir atrás da descoberta do prazer sem limites que pode sair dali. Ao contrário dos homens, estimulados a se masturbar desde cedo, há um tabu fortíssimo em relação à prática feminina. Tanto que a pesquisa da Nielsen aponta que uma em cada quatro mulheres não costuma nem se tocar. “Das que se masturbam, muitas descobrem a autoerotização sozinhas e grande parte ainda sente culpa ao fazer isso”, observa Flávia.
É como se a vulva fosse uma parte excluída da convivência ou intocável mesmo. “A gente vê desde pacientes que, quando têm indicação de uso de um creme vaginal, precisam de um aplicador, porque não são capazes de introduzir o dedo ali, até aquelas que afirmam ter dificuldade de encontrar o próprio canal”, revela Carmita.
Eis aqui outra barreira a ser demolida com a normalização da conversa sobre a masturbação. Mais do que promover o autoconhecimento e o prazer individual, a prática ajuda a estabelecer uma vida mais feliz com os parceiros ou parceiras. Não tem essa de terceirizar o orgasmo! Quem sabe exatamente do que gosta pode indicar o caminho da felicidade a quem está aí do lado. Só precisamos falar mais (e com naturalidade) do assunto.
Ao mesmo tempo, temos de acabar com o estigma de que só se deve prestar atenção ao órgão genital no contexto da relação sexual. “A mulher precisa entrar em contato com a vulva e a vagina pensando em sua saúde física e emocional, além de realizar os cuidados de higiene”, argumenta a professora da USP. Estando familiarizada com a área, fica mais fácil identificar qualquer desordem que apareça. “Você só vai saber cuidar de um órgão se o conhece”, ressalta Carmita.
É com isso em mente que vale a pena conhecer os resultados de outra pesquisa, esta feita pelo Ibope a pedido da farmacêutica Bayerr. Ela aponta que mais da metade das brasileiras já teve candidíase pelo menos uma vez na vida. E, apesar de ser uma doença comum, as mulheres têm vergonha de reconhecê-la.
A candidíase é causada por um fungo que vive na microbiota vaginal, mas que se prolifera desordenadamente quando há algum desequilíbrio. A prevenção é simples, com cuidados diários, como usar roupas leves em dias quentes, dormir sem calcinha, não ficar com biquíni molhado e higienizar corretamente a região — fungos e bactérias fazem a festa em áreas abafadas.
O tratamento não é nenhum bicho de sete cabeças. Existem pomadas e comprimidos vaginais que o médico poderá prescrever, inclusive para impedir complicações. Grande parte do problema poderia ser evitada com informação e orientação.
E aí temos muito a melhorar. Um estudo feito pela Febrasgo no ano passado descobriu que 20% das brasileiras não passam em consulta com o ginecologista com regularidade. Um número considerável de mulheres acha que não é preciso ir ao profissional porque está saudável, enquanto outras pensam que visitas de rotina são desnecessárias. Ledo engano! Os encontros anuais são imprescindíveis. “Neles coletamos exames, rastreamos doenças, esclarecemos dúvidas do cotidiano e falamos sobre a sexualidade”, destrincha Flávia.
Viva a vulva!
Mas vamos enxergar o copo meio cheio também. A mesma pesquisa que alerta para o descontentamento com as partes baixas traz progressos à vista. Segundo os relatos, as brasileiras estão se dispondo a dar mais atenção à vulva, a falar mais da região íntima, a olhar para ela e tocá-la. Esse é o primeiro passo para o empoderamento diante do próprio corpo, algo que traz mais qualidade de vida. “Sabemos que o estigma persiste e está bem enraizado. Por isso, é fundamental levantar a discussão e estimular cada mulher a se sentir mais confiante”, acredita Monica.
E, se você se chocar com mulheres escancarando intimidades, fazendo questionamentos efusivos, gritando alto que têm direito sobre a própria vagina, entenda que está tudo bem. Estamos entrando em uma luta por uma mudança cultural, e toda essa transformação passa por um período de extremos. “Isso é necessário para se chegar à naturalização do assunto. Somente quando a questão estiver resolvida, não precisaremos mais exacerbar essa apropriação da vulva, porque isso estará definitivamente incluso na nossa forma de ser e pensar”, conclui Carmita. Seja muito bem-vinda, vulva. A gente chega lá!
Os males da vagina
Conheça os problemas mais comuns que agridem a região — diante dos sintomas, procure o médico.
Candidíase
É causada por um fungo que mora na flora vaginal. O problema se dá quando ele se prolifera sem controle. Os sintomas são coceira, ardência e corrimento branco.
Infecção por HPV
É um vírus transmitido pelo sexo que pode provocar verrugas. Muitas vezes, porém, é assintomático. E o pior é que está ligado ao câncer de colo de útero. Mas tem vacina!
Vaginose
É uma infecção causada por bactérias, resultante de desequilíbrio da microbiota. Os sinais de alerta são: incômodo, corrimento acinzentado e odor forte, similar ao de peixe estragado.
Tricomoníase
É uma infecção sexualmente transmissível provocada por um protozoário. É dedurada por um corrimento espumoso amarelo-esverdeado, coceira e dores no local.
Vulvodínia
Trata-se de uma dor crônica na vulva ou na vagina com duração mínima de três meses — e sem causas específicas. Fatores hormonais e emocionais podem estar envolvidos.
Atrofia vaginal
Também chamada vaginite atrófica, se dá geralmente após a menopausa. O revestimento da vagina fica mais fino, o tônus muscular enfraquece e a lubrificação se reduz.
Rejuvenescimento íntimo?
É assim que ficou conhecido um grupo de tratamentos feitos em clínicas e consultórios destinados principalmente a mulheres na menopausa. E não é só estética, não! Eles ajudam a recuperar a satisfação sexual e a qualidade de vida. Com a queda dos hormônios, o tecido que reveste a vagina fica mais fino e a lubrificação diminui, o que leva a ferimentos e dores sobretudo no ato sexual. Além disso, a menopausa pode deixar toda a região mais flácida.
“E a flacidez do assoalho pélvico, que sustenta a bexiga e a uretra, faz com que a mulher tenha perda involuntária de urina por esforço”, nota o médico Thales Bretas. Aí entra o rejuvenescimento íntimo, que engloba aplicação de laser de CO2 e radiofrequência na área, e melhora a situação. Só que tem que fazer com um médico especializado nesses procedimentos.
Por Daniella Grinbergas
Terapia Cognitiva Sexual
Atualmente é grande o número de casais que procuram terapia tendo como foco queixas sexuais. A busca por desempenho, que acaba por acarretar ansiedade, tem sido a principal etiologia dos transtornos sexuais. Parcerias íntimas saudáveis ocorrem a partir do momento em que o casal foca sua atenção no prazer e não apenas na “performance” sexual, isto quer dizer, ereção e ou orgasmo. Tratar a queixa sexual do casal apenas descondicionando a ansiedade, sem modificar expectativas irreais, corrigir atribuições de culpa ou identificar esquemas de reforçamento, por exemplo, é estar fadado ao insucesso na Terapia Sexual. A Terapia Cognitiva Sexual utiliza técnicas de assertividade como instrumento de tratamento destas queixas e adequação das mesmas para Terapia Sexual. Uma comunicação eficiente visando à reformulação de mitos e crenças sexuais distorcidas pode reverter a maioria dos quadros de queixa sexual do casal. Deparar-se com suas fantasias e desejos ainda assusta, principalmente quando o outro também não está preparado para falar e/ou ouvir. Ao aumentar a assertividade, a tendência do casal é expressar melhor os sentimentos, opiniões e construir relacionamentos mais sinceros. O programa de tratamento implica em ensinar ao casal a agir afirmativamente com o (a) parceiro (a) em situações comuns do cotidiano, tais como: tomar conta dos filhos; empregar o dinheiro; afazeres domésticos e etc. e após aprenderem a agir assertivamente nestas áreas é sugerido falar sobre comportamentos, desejos e problemas sexuais, bem como a interação entre sexo e assertividade, sempre tendo como pano de fundo as atribuições dos papeis sexuais do homem e da mulher para cada casal. É comum que pessoas que tenham passado a vida inteira agindo passivamente na esfera sexual ao serem treinadas para uma postura mais assertiva venham a ter conflitos com o (a) parceiro (a), sendo muitas vezes chamadas de egoístas ou arrogantes. Em função disso é ideal que a assertividade sexual, seja trabalhada com o casal, pois o poder se equilibra, as conversas se tornam mais sinceras e o casal passa a realmente conhecer o outro melhorando assim a qualidade do relacionamento, por isto, é importante ter em mente que toda Terapia Sexual é também uma Terapia de Casal.
Por Antonio Carvalho
Masturbação Feminina.
Conhecendo o próprio corpo.
MASTURBAÇÃO FEMININA: BENEFÍCIOS E COMO FAZER
Conhecer o próprio corpo ajuda a ter prazer e fortalece autoestima
Durante a relação sexual, algumas mulheres têm dificuldades de chegar ao orgasmo, e quase sempre isso é fruto de uma falta de autoconfiança, que funciona como uma espécie de trava automática no sexo. A masturbação feminina é uma ótima maneira de “desbloquear” essa situação.
Mas para isso é preciso quebrar alguns tabus em torno do assunto, encarando a prática com naturalidade e entendendo que o ato de se tocar para buscar prazer pode funcionar como um coadjuvante no tratamento da autoestima.
Quando uma mulher não sabe se tocar ou do que gosta, pode acabar levando alguns reflexos disso para a relação sexual e até para o relacionamento como um todo. Nesse caso, ela “obriga” a pessoa parceira a descobrir o que lhe dá prazer, o que é uma responsabilidade muito grande para o outro.
É a mulher que deve exercer esse papel na cama, orientando o parceiro sobre o caminho que ele deve percorrer no seu corpo. Afinal, cada pessoa tem sensibilidades diferentes.
Não é vergonhoso se tocar e depois instruir o outro a tocar você da maneira certa. Isso é natural e fundamental na sexualidade humana.
Uma mulher que consegue alcançar o orgasmo é mais feliz, bem resolvida consigo mesma e com uma melhor autoestima.
Afinal, sentir prazer tendo um orgasmo é sinônimo de saúde.
Mas é justamente essa questão cultural que faz com que seja possível observar forte diferença entre homens e mulheres no quesito masturbação.
Basta uma conversa com as amigas para perceber a quantidade absurda de mulheres que têm dificuldade de alcançar o orgasmo, ou nunca o tiveram, assim como as que não têm o hábito de se masturbar, comparado aos homens que é quase zero.
Grande parte do bloqueio que impede as mulheres de se masturbarem com naturalidade e alcançarem o orgasmo está no padrão cultural da sociedade, que encara e trata a mulher como uma figura frágil.
Ela, então, é vista como um símbolo intocável, inclusive por si mesma. Outra parte desse bloqueio está na falta de consciência corporal física e de conhecimento sobre o corpo.
.
MASTURBAÇÃO FEMININA: 12 DICAS MELHORAR SEU PRAZER
É muito comum as mulheres não sentirem prazer com a masturbação, ou não colocarem esse hábito em prática. E o mesmo aplica-se ao sexo. Mas a grande causa disso ainda é a falta de conhecimento do próprio corpo. Então que tal começar a se conhecer melhor?
Veja abaixo algumas dicas:
LOCAL
Procure um local calmo e crie um ambiente sensual, com recursos que estimulem todos os seus sentidos. Pode ser no banho, no quarto ou em algum qualquer lugar em que você ficar o mais relaxada possível. Fantasie assim um lugar gostoso, que lhe pareça perfeito para esse momento.
POSIÇÃO PARA A MASTURBAÇÃO FEMININA
Inicie com uma posição simples, geralmente com as pernas ligeiramente afastadas e os pés apoiados na cama, na banheira ou no chão. Caso suas fantasias lhe estimulem em alguma outra posição, então fique assim.
É interessante neste momento aproveitar para utilizar um espelho posicionado entre suas pernas, para ver sua vagina e perder o “medo” dela, aproveitando para se admirar e derrubar todos os tabus de que seu órgão sexual é uma coisa errada e feia. Ele é, na realidade, um símbolo de sua feminilidade e beleza.
LUBRIFICAÇÃO
Lubrifique as duas mãos ou o objeto que for usar para a masturbação feminina. Assim, quando você estimular o clitóris em movimentos repetitivos, não irá gerar atrito, fazendo o estímulo ficar na intensidade e força que lhe darão mais prazer.
Se optar por se masturbar com as duas mãos, utilize-as alternadamente, pois assim seu corpo irá experimentar estímulos ligeiramente diferentes, mas que podem fazer diferença para chegar ao orgasmo.
ZONAS ERÓGENAS
Toque levemente as partes erógenas de seu corpo, sinta um toque leve percorrer as regiões que mais lhe excitam. Experimente as texturas diferentes de seu corpo em suas mãos, como a pele do rosto, lábios, pernas ou língua, por exemplo.
Procure ter o mínimo de pudor possível neste momento para poder descobrir o que cada parte de seu corpo lhe faz sentir. Esses estímulos poderão ser feitos várias vezes durante a masturbação, aumentando o prazer e facilitando o orgasmo.
Inicie o toque leve de suas mãos nos lugares mais próximos de sua vagina, mas ainda sem tocá-la. Repita esse toque algumas vezes, alisando com a ponta dos dedos o redor da vagina e se aproximando cada vez mais dela.
Quando estiver pronta, sinta com a ponta do dedo indicador a textura e as sensações de cada parte de sua vagina. Algumas mulheres gostam de dar nome para sua vagina, como uma forma de criar intimidade com ela. Se você se sentir à vontade para fazer isso, experimente.
TOQUE SEU CLITÓRIS
- Com as mãos ligeiramente lubrificadas, sinta com a ponta dos dedos o clitóris, descubra se ele é muito sensível e o quanto você deve evitar ou se aproximar dele. Se você não sabe onde fica o clitóris, eu te ajudo a encontrar neste artigo.
- Faça movimentos circulares ao redor dele, primeiro com uma mão e depois com a outra.
- Experimente passar a mão direita no lado esquerdo do clitóris, e a mão esquerda no lado direito dele. Isso tende a gerar uma sensação mais prazerosa.
- Procure perceber como o seu corpo sente este toque, descubra assim como é a sua sensibilidade e tente estimulando o redor do clitóris com o toque. Com o aumentar da excitação a sensibilidade diminui, e você poderá sentir vontade de aumentar a pressão ou tocar o clitóris diretamente.
- Com uma das mãos, utilize o dedos médio e o indicador para afastar os lábios vaginais e revelar o clitóris. Vá alisando delicadamente ao redor dele, perceba neste momento qual pressão lhe dá mais prazer e que tipo de movimento – se circular, vertical ou horizontal – mais lhe agrada.
- Repita esse movimento da forma que mais lhe dá prazer, buscando conhecer a velocidade e o ritmo da masturbação que mais lhe agrada. Perceba também a sensação que seu corpo tem quando você para um pouco o movimento.
VIBRADORES
- Experimente instrumentos como vibradores. A vibração desse objeto estimula muito toda a região da vulva e do clitóris, e faz com que a mulher atinja o orgasmo com mais facilidade.
- Comece usando o vibrador apenas por fora da vagina, fazendo os mesmos movimentos que realizou com suas mãos. Passe também o objeto pelas partes de seu corpo que causam excitação.
- Depois disso, coloque o vibrador em cima do clitóris e faça movimentos rítmicos, variando a pressão do objeto.
- Se você nunca teve uma relação sexual, não introduza o aparelho em sua vagina para não romper o hímen ou causar nenhum tipo de desconforto.
Caso contrário, é muito indicado que procure introduzir o vibrador na vagina, buscando encontrar dentro dela as ramificações internas do clitóris, que quando estimuladas também geram muito prazer, incluindo o seu ponto G – que nada mais é que uma junção das terminações nervosas do clitóris na parte interior da vagina.
- Evite penetrar o instrumento muito profundamente, pois existem regiões mais sensíveis que podem causar um leve desconforto e atrapalhar o orgasmo. É importante experimentar a sensação que o objeto causa em toda a região interna da vagina.
ALTERNE OS ESTÍMULOS
Alterne todos esses estímulos. Afinal, depois de um tempo repetindo o mesmo movimento, a região pode perder um pouquinho da sensibilidade, dificultando o orgasmo.
Por isso é importante mudar o estímulo, trocando a mão que estiver tocando seu órgão sexual, mudando o ritmo ou a pressão, estimulando regiões diferentes do seu corpo e de forma sempre alternada, até sentir que a excitação está muito grande.
Nessa hora, procure estimular apenas a região do clitóris, que lhe proporcionará a maior excitação.
ORGASMO
Quando perceber que está quase no momento do orgasmo, evite mudar o tipo de movimento que está fazendo, mas tente estimular o máximo possível lugares em seu corpo que percebeu que geram prazer.
Por exemplo: enquanto esfrega a ponta dos dedos em seu clitóris, vá com a outra mão diretamente em seu ponto G, que já foi encontrado anteriormente enquanto sentia as partes do seu corpo.
Isso aumenta ainda mais a excitação, impedindo que no momento final aconteça alguma interrupção do prazer e comprometa a masturbação feminina. Faça isso até chegar ao orgasmo, e se permita sentir esse prazer até o seu final.
CONHECER SEU CORPO
É muito importante para as mulheres que querem levar este “treino” ao ato sexual, que utilizem tanto os instrumentos quanto as próprias mãos na masturbação feminina.
Pois apesar dos instrumentos facilitarem muito para se chegar ao orgasmo, é com as suas mãos que você terá a percepção mais exata de cada parte de seu corpo.
Isso ajudará a pessoa parceira a saber como lhe dar prazer, já que agora você se conhecerá melhor. Mostre a quem se relaciona todos os segredos que descobriu sobre seu corpo durante a masturbação feminina e faça do ato sexual um momento de muito prazer para ambos.
Por Roberta Struzane
Como lidar com a vergonha do corpo na hora do sexo?
A insegurança com o próprio corpo e algo que afeta as mulheres, mas isso não pode ser um fator decisivo para aproveitar ou não um momento íntimo
Apesar de temas como empoderamento e autoestima estarem muito em alta, se sentir à vontade com as suas formas não é tão simples assim e muitas mulheres sentem vergonha do corpo. Essa insegurança pode acabar sendo prejudicial em diversos aspectos da vida, incluindo na hora de se relacionar com alguém — principalmente de forma mais íntima, como no sexo.
A vergonha do corpo está muito ligada à ideia de que as mulheres têm que atingir ‘padrões de beleza’ e ter o ‘corpo perfeito’
Mas como não deixar essa vergonha do corpo atrapalhar ao começar um relacionamento novo ou até mesmo na “hora H” com o parceiro?
Antes de mais nada, é preciso entender o motivo da insegurança. “As mulheres ficam com vergonha porque acham que os homens querem aquelas modelos perfeitas, já que isso é algo que a cultura da beleza nos ensina e é perpetuado pela mídia.”
“Assim, se elas não estiverem seguras consigo mesmas, acham que o corpo delas não está bom o suficiente e imaginam que os homens querem algo diferente. Há a fantasia que eles querem esse corpo perfeito e isso faz elas esperarem mais delas mesmas do que deveriam”.
Essa ideia de “padrão de beleza” acaba surgindo, principalmente, na adolescência, fase em que a maior parte das meninas inicia a vida sexual. “Pela idade e por não ter muito conhecimento sobre o próprio corpo, elas acabam focando nos ‘defeitos’ e criando essa insegurança.”
Mas afinal, como parar de sentir vergonha do corpo e aproveitar o sexo?
O primeiro passo para começar a confiar em si mesma e não deixar os detalhes que são considerados “imperfeições” atrapalharem a transa é conhecer o próprio corpo. “Saber o que você gosta, o que não gosta e o que pode ensinar ao parceiro, por exemplo, pode te ajudar a se sentir confiante na relação”.
Outra questão que vai trazer segurança e fazer a mulher se sentir bem sobre si é o tipo de relacionamento que ela tem com esse parceiro. “Acho que quando o homem consegue admirar uma mulher e dizer isso para ela de forma sincera, tudo se torna mais fácil, porque ela se sente mais valorizada, mais bonita.”
“Mas ela também tem que pensar que quando uma mulher vai para a cama com um homem, ela já foi ‘escolhida’ por ele (e vice-versa) antes de tirar a roupa. Não existe alguém que tira a roupa e vira outra pessoa, com outro corpo”.
A autoestima não está ligada apenas ao sexo, mas é preciso desenvolvê-la para que haja essa confiança própria. “Se a mulher estiver segura consigo, vai confiar nela mesma e não vai dar toda essa importância para o corpo. Essa construção pode ser feita ao olhar para si mesma, perceber seus pontos positivos e negativos e através de terapia.”
Enquanto ainda está nesse processo de autoconhecimento e construção da confiança, a dica é aproveitar o momento. “A relação sexual é composta por sensações: beijos, abraços, cheiros… Se a mulher tentar focar no momento em que está vivendo com aquela pessoa e em sentir prazer, prestando atenção nesses sentimentos dela e do outro, vai ficar mais envolvida no sexo e pouco preocupada com o próprio corpo e aparência”.
A dica final é:
- Na hora H foque nas sensações. Esqueça seu corpo. Você não está na passarela, está na cama. Ainda que seu parceiro desejasse uma mulher perfeita (o que não é verdade) isso seria um problema dele e não seu. Você está ali para sentir prazer;
- O seu parceiro é mesmo perfeito? Ele é tão sem defeitos assim, olhando de perto? Então por que você deveria ser?
- Trabalhe sua autoconfiança num processo terapia;
- Trate sua vergonha com humor;
- Masturbe-se. Isso ajuda a conhecer melhor seu corpo e sentir melhor as sensações do contato íntimo;
- Converse com seu parceiro.
Por Larissa Bomfim
Disfunção Erétil Psicológica: Causas, Sintomas e Tratamentos Rápidos
Em uma sociedade extremamente sexualizada como a de hoje, onde somos bombardeados diariamente por estímulos sexuais, seja por meios físicos ou virtuais, é mais que esperado que o homem venha a se cobrar por um bom desempenho sexual. E essa cobrança é o principal gerador de disfunção erétil psicológica ou impotência psicológica como muitos homens conhecem o problema.
O que é Disfunção Erétil (DE)?
Déficit erétil, impotência, falta de ereção ou simplesmente disfunção erétil é “uma incapacidade persistente ou recorrente para alcançar ou manter uma ereção adequada , até a realização da atividade sexual”. Entretanto, temos que delimitar muito bem se está apresentando uma disfunção erétil física ou psicológica.
Uma ereção depende dos sinais enviados a partir do cérebro para iniciar o processo de liberação de óxido nítrico, a fim de dilatar os vasos que transportam o sangue para o pênis. Quando os vasos se dilatam, o pênis se enche de sangue e toma a forma rígida necessária para penetrar, e depois ter uma relação sexual com sua parceira (o).
O primeiro passo é sempre procurar um urologista para que faça todos os exames, assim é possível diagnosticar direitinho os possíveis causadores do problema. Infelizmente, muitos homens acabam se submetendo a tratamentos caseiros, o que pode prejudicar o problema.
“Por que mesmo gozando de uma saúde perfeita não consigo ter uma ereção?”
O mais provável é que você esteja passando por um caso de disfunção erétil psicológica.
Há muitos fatores que podem interferir na a sua vida sexual, os quais poderiam ser a causa de sua impotência psicológica. Os mais comuns são estresse, fadiga, nervosismo, ansiedade e cobrança do desempenho sexual.
Infelizmente podemos encontrar muitos causadores de estresse e ansiedade no nosso dia a dia. Ao olharmos a nossa volta temos contas a pagar, trabalho, viagens, relações sociais, prazos, e muitos outros estressores. E se você não conseguir balancear o peso dos problemas com os prazeres da vida, então terá que arcar com as consequências.
Causas Físicas da DE:
Abaixo a lista completa de possíveis causas físicas do problema.
- Doenças hormonais (diabetes, queda de testosterona, problemas endócrinos)
- Doenças neurológicas (lesões na medula, mal de Alzheimer e Parkinson)
- Doenças vasculares, que causam entupimento das artérias e veias, prejudicando a chegada do sangue ao pênis (hipertensão arterial, aterosclerose)
- Consumo excessivo de medicamentos
- Cirurgias pélvicas
- Doença de Peyronie ou fibrose dos corpos cavernosos
- Alcoolismo e tabagismo.
Tratamento para DE Física
No caso das disfunções físicas as abordagens são simplesmente duas. A primeira seria o uso de medicações, que pode ser por meio de comprimidos, spray e via intravenosa, sendo atualmente o meio mais usado.
A outra opção é cirúrgica, utilizando de prótese peniana, mas é bem pouco usada, já que sua funcionalidade é ruim.
Disfunção Erétil Psicológica / Impotência Psicológica
Se você já procurou ajuda e sabe que está apresentando disfunção erétil psicológica, então te apresentarei as causas e tratamentos. Na maioria das vezes o problema é um desconforto causado pela sua mente, assim como a ejaculação precoce, ligados diretamente a sua ansiedade, por isso você terá de exercer sua força de vontade e determinação para derrotá-la para sempre. O que sinceramente, quando você é bem instruído por um terapeuta, é relativamente tranquilo de resolver, apesar de demandar um grande regramento.
Esse quadro de saúde sexual é denominado por vários termos, muitas vezes causando confusão. São eles: disfunção erétil psicológica, disfunção psicológica, impotência psicológica, disfunção erétil emocional, impotência sexual psicológica, dentre outros. Mas fique tranquilo, todos eles querem dizer a mesma coisa.
Causas da Disfunção Erétil Psicológica
Autoimagem
Dentre as causas psicológicas estão a percepção negativa do próprio corpo, que pode gerar um forte sentimento de vergonha e inadequação por não atender aos padrões culturais de beleza vigentes.
Esse sentimento pode gerar uma ansiedade excessiva em relação ao corpo, o que afeta os processos de excitação fisiológica, resultando em um déficit erétil.
É muito comum nos jovens de até 30 anos apresentarem o problema por serem insatisfeitos com o corpo, e com isso, terem dificuldade de se mostrarem nus, implicando na potência sexual.
Por mais que pareça algo simples, a ereção é um fenômeno complexo que responde a uma regulação multifatorial, hormonal, psíquica, endócrina, neurogênica e vascular. Todos esses fatores atuam em sinergia no sistema vascular do tecido erétil contido no corpo cavernoso. Alterações de fatores psicológicos podem, portanto, resultar em disfunção erétil.
A autoimagem está envolvida em uma série de comportamentos não saudáveis. Por exemplo, pode influenciar as atividades físicas, impedindo a participação em academia ou exercício em um centro esportivo, devido a preocupações sobre a exibição do corpo. Tais preocupações estão frequentemente ligadas à dúvida de possuir o tipo de corpo aceito por uma cultura que promove constantemente um ideal de perfeição física.
A insatisfação com o corpo está ligada a toda a gama de comportamentos alimentares disfuncionais, como a compulsão alimentar, dietas excessivamente restritivas e vômitos autoinduzidos. Além disso, essa insatisfação pode levar a cirurgias estéticas desnecessárias, colocando a saúde em risco.
Claramente, a insatisfação corporal e a preocupação com o próprio corpo estão ligadas a muitos comportamentos saudáveis, por isso são de vital importância para qualquer pessoa envolvida em intervenções de promoção da saúde.
Portanto, uma das consequências do aumento da vergonha para o corpo é a redução da excitação sexual, que nos homens resulta em disfunção erétil psicológica e demanda tratamento.
Colapso Nervoso
O colapso nervoso é outro grande problema. Todos nós tentamos trabalhar tão duro quanto possível, a fim de fazer face às despesas ou para se sentir satisfeito e bem sucedido. No entanto, o trabalho duro pode comprometer o desejo de ter relações sexuais. E, por esta razão é preciso fazer uma pausa de vez em quando para relaxar e pensar um pouco em si mesmo, talvez aproveitando para fazer algo divertido e que lhe cause bem estar. Pelo menos ter uma hora por dia para fazer esse processo de higiene mental é essencial. E não se esqueça, ter relações sexuais é uma das coisas mais divertidas que você pode fazer, então aproveite!
Exaustão Física e Psicológica
A exaustão também pode ser causada por outros fatores, que estão presentes até mesmo em seu dia a dia e que você não percebe: eles podem ser os únicos a causar a sua disfunção erétil psicológica!
Se você mora na cidade e se sente acostumado a ouvir todos os ruídos, as multidões e a confusão típica da metrópole, deve estar ciente de que estes podem ser as causas de seu problema, mesmo que pareça impossível.
Assim como o ruído, a exposição excessiva à luz artificial pode causar desconforto para o seu cérebro, que não vai enviar mais corretamente os sinais que lhe permitem chegar à ereção.
Ansiedade de Desempenho Sexual
A Ansiedade de Desempenho ou Ansiedade Sexual é um dos fatores mais comuns a causarem disfunção erétil psicológica: quantas vezes você não se sente confortável ou com medo de não ser capaz de satisfazer a parceira (o)?
Se você tem essa suposição, insegurança e desajeitamento, sem dúvida pode ser o principal motivo desencadeante da DE Psicológica. Motivos hoje que mais trazem pessoas ao meu consultório.
Você tem que prestar muita atenção a esse fenômeno, ou seja, a ansiedade de desempenho. Deve conter sua ansiedade para eliminar este tipo de disfunção erétil, deixando o ato sexual rolar naturalmente, sem cobranças ou preocupações, caso contrário vai entrar em um espiral descendente da qual é muito difícil sair sozinho, o que fará todas suas relações sexuais impossíveis.
Depressão
A Depressão é um grave complicador para a vida sexual. Uma pessoa que sofre de depressão acaba gastando seu tempo ruminando os problemas da vida, por isso ter relações sexuais acaba não sendo uma necessidade e na maioria das vezes os estímulos não lhe desencadeiam desejos. Para piorar a situação, muitas drogas antidepressivas têm seu efeito inibidor, o que acaba provocando ou agravado a disfunção erétil emocional / psicológica.
Você deve tentar viver uma vida ativa, se misturar na multidão, conhecer gente nova, sair, tanto quanto possível. Desta forma, você não terá exatamente o tempo para estar deprimido.
Masturbação e Pornografia
Em muitos jovens, no entanto, a disfunção erétil é causada por masturbação excessiva. Se você costuma desfrutar os prazeres da masturbação várias vezes por semana ou dia, e notar um princípio de impotência, seria bom ficar sem essa prática por um tempo para se experienciar.
Associada à masturbação excessiva está o consumo de pornografia, grande causador da DEP, devido a hiper estimulação sexual (visual, auditiva e cinestésica) a qual não atingimos em um ato sexual considerado normal. Além disso, a pornografia cria um distanciamento do que é um ato sexual normal, com desempenho e corpos irreais.
Aqueles que usam da pornografia precisam de estímulos eróticos mais fortes e intensos para ficarem excitados e frequentemente apresentam a disfunção erétil. Já a ejaculação precoce é mais associada ao medo do sexo, fazendo com que ejacule rapidamente como uma fuga. Entretanto, é comum as duas disfunções estarem associadas.
A pornografia é um verdadeiro vício mental no qual a pessoa sente dolorosamente a falta da excitação e a obtém artificialmente.
Parceira Castradora
O nome desse tópico é bem intrigante, mas é uma das grandes causas de disfunção, tanto em jovens, quanto em homens mais velhos.
O perfil de mulher castradora é aquela que bate de frente, que se impõe acima do desejado em uma relação, ao ponto de deixar o homem intimidado ou inferiorizado. Essa intimidação ou inferiorização pode ocorrer tanto no convívio, quanto na vida sexual.
É muito comum as mulheres pedirem bom desempenho sexual do parceiro e brigarem, fazerem cara feia ou piadinhas quando ele falha. Por mais que a intenção não fosse magoar, acaba atingindo o ego do parceiro, o que pode causar ou agravar o problema.
Falta de Prazer
Sexo tem que ser prazeroso?
Por mais que pareça algo lógico, para muitos homens não é, mas acham que é!
Infelizmente, a maior parte dos homens não sente grandes prazeres no ato sexual, fazendo ele de forma mecânica e não se satisfazendo totalmente. Esses homens, provavelmente não conheceram 100% da sua potência sexual, a reduzindo por causa de vários fatores.
Quado é feito o tratamento com terapia sexual, o homem consegue vencer a DEP; prolongar o ato sexual e principalmente o tornar mais sensitivo.
Para homens que tem Ejaculação Precoce ou como atualmente é chamada, Ejaculação Prematura, a terapia sexual tratará os dois problemas concomitantemente.
Drogas
Às vezes você bebe por modinha, outros com a falsa esperança de que o álcool ajudará a superar seus medos, esquecendo que é uma substância que pode ajudar a derrubar o “seu amigo”.
Os cigarros não só prejudicam a circulação sanguínea a longo prazo com consequentes efeitos negativos na ereção, mas a nicotina tem um efeito vasoconstritor, o que significa que ele age de uma maneira contrária a alguns alimentos afrodisíacos, tornando a ereção mais difícil.
Obviamente, também drogas como a maconha, a cocaína e as anfetaminas, apresentam disfunção erétil entre os possíveis efeitos colaterais, tanto porque interferem na química do organismo, quanto por dessensibilizar as terminações nervosas.
Disfunção Erétil em Jovens
A disfunção erétil em jovens é comum, e rapazes de até 30 anos quem apresentam este tipo de problema sexual costumam buscar a causa fisiológica, entretanto é muito raro realmente ser essa a causa. Por isso, é adequado buscar um urologista e fazer os exames. Descartada a causa fisiológica, vamos ao tratamento psicológico.
Em homens com até 30 anos, 99% dos casos de disfunção erétil que chegam aos consultórios dos urologistas é puramente psicológico.
A ansiedade de desempenho é o principal responsável pela disfunção em jovens e adultos de até quarenta anos de idade. Expectativas muito altas, geralmente criadas em sua mente com base em clichês cinematográficos irrealistas, elogiando o mito do supermacho, criam um estado de ansiedade que faz da realidade os piores pesadelos que alguém gostaria de evitar.
Assim o ato sexual que deveria ser uma fonte de prazer, se torna um estressor, o qual a mente quer fugir, com isso vem o aparecimento de problemas como a ejaculação precoce e a disfunção erétil psicológica.
Relacionamentos com parceiras que possuem mais experiência ou que são sexualmente agressivas é mais um dos agravantes. É comum que jovens ou homens de meia idade se sintam inferiores sexualmente frente a sua parceira. Psicologicamente, “criança não come ninguém”, o qual é um mecanismo de autossabotagem.
Quando nos relacionamos com mulheres sexualmente muito agressivas, é interessante termos cuidado, afinal elas podem agravar o problema, não somente no que tange a ansiedade de desempenho, mas com suas palavras e comparações que são marcantes.
Muitas vezes, a ansiedade pode ser um funcionamento global do organismo, trazendo complicadores na escola ou em experiências iniciais de trabalho, com a possibilidade de ataques de pânico . Nesses casos, uma boa terapia para erradicar as causas de insegurança e ansiedade é a melhor solução.
Causas físicas da disfunção erétil em jovens
Embora a disfunção erétil de jovens tenha principalmente causas psicológicas, isso não significa que as causas físicas podem ser excluídas sem um contato com o urologista. Ao contrário dos adultos, mais raramente as causas físicas da disfunção erétil são problemas cardiovasculares. Da mesma forma, várias doenças podem afetar a capacidade de obter uma ereção, incluindo diabetes.
A pré-adolescência, por outro lado, é a idade em que se pode descobrir que ele sofre de hipogonadismo, que é um mau funcionamento dos testículos, geralmente causado por um desenvolvimento testicular reduzido e por algumas doenças genéticas e neurológicas que impedem a correta produção de hormônios masculinos. Neste caso, uma terapia hormonal pode ser a melhor solução.
Mente Sabotadora
Infelizmente, por mais que o tratamento da impotência psicológica não seja complexo, a maioria dos terapeutas não sabem tratar, isso porque não há manuais que ensinem de fato como fazer.
Não adianta você trabalhar a ansiedade, estar com o corpo em dia, com altos níveis de testosterona… se não conseguir driblar sua mente para que ela coopere com o que você quer. Disfunção erétil por ansiedade.
A terapia sexual visa uma readaptação do jeito de viver, mudando a relação com o sexo, diminuindo a ansiedade global, usando de técnicas para driblar os sabotadores e reprogramando a mente com Reprogramação Mental, quando necessário.
Consequências do Uso de Medicações
Na maioria dos casos, o uso prolongado de medicações para disfunção erétil psicológica acaba agravando o problema. A resposta medicamentosa a essa questão, que deveria ser uma forma de alívio do problema, pode até gerar certa satisfação por um tempo, mas se o problema principal que é o gerador de tudo não for tratado, daqui a pouco, nem o uso de doses maiores fará efeito. Infelizmente as medicações para impotência psicológica são meros placebos.
Estratégias Psicossexuais
Cada tratamento é único, por isso que técnicas e exercícios passados a uma pessoa acaba por não funcionar para a outra. A metodologia de tratamento deve ser personalizada, ainda mais que esse é um problema gerado por múltiplos fatores.
Seguem algumas mudanças e exercícios para disfunção erétil psicológica que você pode administrar de forma imediata:
- Diminuir as ansiedades do dia a dia, seja no trabalho, relacionamento com pessoas e outras.
- Buscar fontes de prazer na vida. Pessoas que não tem prazer, geram perdas de potência sexual.
- Melhorar a autoconsciência física, interpretando como o seu corpo reage e cada acontecimento do seu dia e o que ele quer te dizer com isso.
- Praticar esportes.
- Alimentar-se adequadamente.
- Ter Hobbies e bons tempos de lazer.
- Ver o sexo como uma fonte de saciamento pessoal e não como algo para dar prazer a parceira.
- Analisar se a parceira (o) não está lhe prejudicando com comportamentos negativos e de cobrança.
- Buscar tratamento caso tenha depressão ou outro quadro de saúde mental.
- Cortar a exposição a conteúdo pornográfico.
Esses são apenas alguns pontos levantados em uma terapia sexual, entretanto o ideal é que busque terapia especializada para essa questão, assim o problema não se agrava e tem reais chances de resolver.
Tratamento para Disfunção Erétil Psicológica
Seja qual for o caso, a disfunção erétil psicológica é tratável, entretanto, o tratamento é considerado chato para o paciente, demandando força de vontade. Pense que você está admitindo o problema e tem uma excelente oportunidade de ganhar esta batalha, é importante que mantenha uma firme determinação para derrotar seu inimigo, ou seja, a impotência, para voltar finalmente a desfrutar da atividade sexual plena.
Muitas vezes a procura de ajuda é um pouco constrangedora, mas é necessária, e o quanto antes melhor. Se o problema é vir até a clínica, disponho atendimentos online por videoconferência.
Terapia Sexual
Tratar com Psicoterapia (Online ou Presencial) parece uma ótima opção, mas o “pulo do gato” é usar terapia sexual. Para muitos pacientes parece a mesma coisa, mas um profissional especializado em questões sexuais dará um bom suporte, diferente de um generalista que recebe poucos casos como este por ano. Ainda, é possível mesclar com Reestruturação Cognitiva.
Funcionamento da Terapia Sexual
Na primeira sessão o caso será bem avaliado. Será feita uma completa anamnese, que pode se estender à segunda sessão. Depois dessa anamnese inicial o paciente receberá as devidas orientações (psicoeducação) e podem ser iniciadas as intervenções e manejos para driblar o problema.
O número de sessões depende da complexidade do caso e do empenho do paciente. Muitas pessoas querem resolver o problema, mas não querem realizar as mudanças necessárias em suas vidas, ainda mais quando é causado por altos níveis de estresse e ansiedade. A impotência psicológica não é sua inimiga, pelo contrário, ela está dizendo que você vem administrando errado suas ansiedades e a ligação com a vida e o sexo.
Duração do Tratamento
A duração do tratamento pode ser super breve, de 1 a 4 sessões, até um pouco mais longa, em torno de 12 sessões ou mais. Entretanto, é considerada uma terapia breve, devido a boa evolução.
Alexandre Pifer
Ejaculação precoce: 10 perguntas e respostas.
Cientistas se reuniram em busca de uma definição para o problema que tira o sono de 25% dos brasileiros! Tire suas dúvidas a ejaculação masculina
1. Afinal, o que é ejaculação precoce?
A nova definição saiu de um consenso envolvendo especialistas do mundo todo. O grupo dividiu a ejaculação precoce em duas categorias: primária e secundária. “Na primária, a prematuridade acontece desde o início das relações sexuais e o tempo decorrido da penetração vaginal à ejaculação é menor que um minuto”, explica o urologista Luiz Otávio Torres, da Sociedade Internacional de Medicina Sexual e um dos autores da diretriz. No tipo secundário, o homem não tinha nenhuma queixa de sua performance entre quatro paredes, mas, por algum motivo, passa a expelir o sêmen mais rápido do que gostaria – ele não alcança três minutos de transa. Para você ter ideia, a média global (e considerada normal) fica na casa dos cinco minutos.
2. É normal ejacular mais rápido depois de muitos dias sem transar?
Sim, é natural. E acontece por motivos fisiológicos (o acúmulo de espermatozoide) e em função da espera para transar com a amada. “O indivíduo mentaliza a cena previamente e a vontade só cresce”, diz o urologista Mariano Barcelos Filho, do Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre. Por isso, os experts sugerem a masturbação a quem vai permanecer longe da parceira por longos períodos. No retorno, as coisas tendem a se desenrolar sem tanta pressa.
3. Se o tempo de penetração só é curto às vezes, há indício de problema?
A última edição do Manual de Diagnóstico e Estatística de Doenças Mentais, o DSM-5, da Associação Americana de Psiquiatria, informa que, para ser diagnosticado, o distúrbio tem de se repetir em 75% das relações sexuais. “É necessário que ele persista por mais de seis meses”, completa Carmita Abdo, coordenadora do Programa de Estudos em Sexualidade Humana da Universidade de São Paulo (USP). Se as falhas são esporádicas, estão relacionadas a estresse e outras questões momentâneas e não merecem um tratamento específico. Também não há drama nenhum se o rapaz estiver em suas primeiras experiências sexuais.
4. Homens circuncidados têm menos ejaculação precoce?
Retirar o prepúcio, a pele que recobre a cabeça do pênis, parece não ter grande influência no tempo de transa. “A circuncisão deve ser encorajada mais por uma razão higiênica”, afirma Barcelos.
5. Usar o preservativo ajudaria, já que diminui a sensibilidade do pênis?
Sim, a estratégia funciona para alguns homens, pois a camisinha impõe uma barreira que diminui o contato do pênis com a vagina. “Mas os estudos que avaliaram a sua efetividade nesse quesito não são conclusivos”, contrapõe Sidney Glina, urologista e professor da Faculdade de Medicina do ABC, na Grande São Paulo. Nos marmanjos que dizem se beneficiar da estratégia, os modelos de látex mais grossos são preferíveis. Vale lembrar: a despeito do problema, colocar o preservativo é tática indispensável para prevenir doenças e gravidez indesejada.
6. Técnicas caseiras, como pensar em coisas ruins na hora agá, funcionam?
Na internet, é comum encontrar soluções bem criativas para atrasar a ejaculação. Uma delas sugere que o homem pense em algo entediante quando sentir que está prestes a gozar. Mas não dá pra levar a dica ao pé da letra: ficar desanimado num contexto tão excitante diminui a interação amorosa com a parceira e até acaba com a ereção. Uma saída seria dar um forte aperto na glande segundos antes da ejaculação, já que a dor diminuiria a afobação. “Isso até funciona, mas é importante a compreensão e a cooperação da mulher”, lembra Miguel Srougi, professor titular de urologia da Faculdade de Medicina da USP.
7. E gozar rápido com sexo oral? É ejaculação precoce?
Os estudiosos não encontraram evidências suficientes para formatar definições concretas de ejaculação precoce para sexo oral e anal. “O consenso se restringiu ao sexo vaginal”, confirma Glina. Por enquanto, não se pode cravar o que é prematuro nas demais modalidades.
8. Tomar álcool atrasa a ejaculação?
Sim, porque as bebidas relaxam e aplacam a ansiedade. Mas esse é um caminho perigoso: o homem pode ganhar uma dependência de cerveja, uísque e afins para ter uma relação sexual satisfatória. E, aí, se não puder beber nada…
9. A posição influencia o tempo de transa?
Depende do casal. De uma maneira geral, posições como papai e mamãe e de quatro excitam mais o homem, uma vez que exigem principalmente sua movimentação. Com músculos de quadris, pelve e pernas contraídos, a ejaculação tende a vir rápido. “As posições menos estimulantes são ele com o corpo de lado ou com a parceira por cima”, exemplifica Carmita.
10. Quem demora para ter orgasmo precisa se preocupar?
Embora raro, o transtorno existe. É a anorgasmia, ocasionada por antidepressivos, baixas na testosterona ou instabilidades emocionais. A psicoterapia e os fármacos resolvem a situação.
André Biernath
Uma em cada quatro mulheres não sabem onde fica a vagina.
Não que saber disso resolva tudo.
2000 mil mulheres entrevistadas.
Leda Antunes
Uma pesquisa recente nos Estados Unidos revelou a falta de conhecimento das mulheres sobre o próprio corpo e o sistema reprodutor feminino, com uma em cada quatro sendo incapaz de identificar corretamente a vagina em um diagrama.
“O fato de quase uma em cada quatro mulheres na pesquisa ter identificado erroneamente a vagina mostra que precisamos continuar educando o público sobre como o sistema reprodutivo, seus processos mensais e mudanças hormonais podem afetar a vida de uma mulher”, afirmou Danela Žagar, gerente global de marca da Intimina, a empresa que encomendou a pesquisa. Feita pelo instituto OnePoll, o estudo entrevistou 2.000 mulheres no país.
O levantamento se refere às mulheres americanas, mas aqui no Brasil a situação é parecida. Com mais de 30 anos de prática médica, a ginecologista Neila Maria de Gois Speck afirma que ainda há muito desconhecimento das mulheres em relação ao próprio corpo:
— O primeiro erro é usar “vagina’ como um termo genérico. Na verdade, quando falamos da parte externa, estamos falando da vulva. A vagina é o canal vaginal. A mulher só consegue ver a entrada da vagina, a abertura vaginal. A vagina, que liga a vulva ao colo do útero, é o médico quem vê, no consultório — explica.
Para a professora da Unifesp e presidente comissão especializada de trato genital inferior da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), a desinformação atinge as mulheres independentemente da idade.
— Há uma diferença quando falamos em níveis socioeconômicos diferentes. Na clínica privada, as mulheres têm mais informações. No serviço público, o desconhecimento é maior — afirma a médica, explicando que a falta de conhecimento pode gerar uma ausência de cuidados de saúde e prevenção.
Além dos benefícios para saúde física, conhecer a própria vulva também possibilita que mulheres entendam o que lhes dá prazer e vivam mais plenamente a sua sexualidade. Com ajuda de Speck, preparamos um pequeno guia para ninguém mais se perder nessa região do corpo.
Vulva ou vagina?
Para começar, vagina e vulva são coisas diferentes. Usualmente os termos são usados como sinônimos, mas não são. A entrada da vagina está dentro da vulva, que é a parte externa do aparelho genital feminino. A vulva começa naquela região do baixo ventre, logo após o púbis — aquela região cheia de gordura onde crescem os pelos e que protege nosso osso púbico.
Dentro da vulva, temos os grandes e pequenos lábios, que têm como principal função proteger as partes mais sensíveis dessa região do corpo, inclusive a entrada da vagina. Os grandes lábios são aquela formação de pele e gordura nas laterais da vulva. Eles se estendem do púbis até o períneo e ajudam a proteger a abertura da vagina e da uretra contra agentes infecciosos, como fungos e bactérias. Em sua parte interna, há glândulas sebáceas e sudoríparas. A quantidade de pelos nessa região varia de mulher para mulher e eles também estão ali para exercer uma função, agindo como mais uma barreira de proteção.
Dentro dos grandes lábios estão os pequenos lábios. Duas pregas finas constituídas de mucosa, sem pelos. São bastante enervadas e vascularizadas, por isso são bastante sensíveis e costumam aumentar de tamanho no momento da excitação sexual. Em alguns corpos, os pequenos lábios, apesar do nome, são maiores e ultrapassam os grandes lábios. Outros são menores e mais enrugados. E isso é normal.
— Não existe um padrão de beleza para a vulva — lembra a ginecologista Neila Speck.
Os pequenos lábios determinam a região do vestíbulo, onde se situam as aberturas da uretra, orifício por onde sai a urina, e logo abaixo, da vagina. Na vulva, vemos apenas a entrada do canal vaginal, um canal tubular que se estende até o colo do útero e que tem como função biológica receber o pênis durante a relação sexual e permitir a saída do bebê no momento do parto, além de eliminar o fluxo menstrual.
Abaixo da entrada da vagina, na parte inferior da vulva, inicia-se o períneo, que se estende até o ânus.
O clitóris
Acima dos pequenos lábios fica o aclamado clitóris. Na verdade, o que vemos na vulva é apenas a glande do clitóris, um “botãozinho” de meio centímetro de tecido erétil (que pode chegar a dois centímetros no momento de maior excitação sexual) e que tem como principal função o prazer sexual.
Isso mesmo. Com mais de 8 mil terminações nervosas, a função do órgão está diretamente relacionada ao exercício da sexualidade. O clitóris ainda se estende para dentro da vagina e pode chegar a ter 10 centímetros de cada lado da glande. A excitação que se sente durante a penetração, numa relação sexual com um pênis, vem destas terminações nervosas.
Cuidados com a vulva
Para cuidar a vulva, não tem receita mágica. Só é preciso água e sabão (neutro), explica Speck. Ela afirma que não há necessidade de usar os mil e um produtos disponíveis na prateleira das farmácias e não recomenda a utilização de desodorantes íntimos, que estão na moda.
— Tudo isso é péssimo para região genital — alerta.
Ela explica ainda que, depois de um dia inteiro, é normal que a vulva tenha um cheiro decorrente das próprias secreções e da descamação vaginal. Mas nada que um banho não resolva. Durante a menstruação também pode haver um cheiro diferente, porque o sangue é um local onde as bactérias se proliferam e alteram o odor. Por isso é importante trocar o absorvente com frequência.
— Se esse cheiro for muito forte, pode ser que haja uma alteração na flora bacteriana da vagina. E aí não será um desodorante que irá resolver. É preciso consultar um médico para fazer um tratamento adequado.
Vulva padrão não existe
A ginecologista afirma que não existe um tipo “normal” ou “padrão” de vulva e que cada mulher pode ter características diferentes nesta região do corpo:
— Assim como o nosso rosto, cada vulva tem as suas características. O fato de ser gorda ou magra, velha ou jovem: tudo isso influencia em como é a nossa vulva. Não existe um padrão. Hoje se interpreta que a vulva bonita é aquela igual a da barbie, em que os grandes lábios cobrem completamente o resto. Mas, na prática, os corpos reais são diferentes. É normal que os pequenos lábios tenham um comprimento maior.
Ela alerta que vê uma corrida das mulheres em busca de cirurgias plásticas na região genital:
— É uma coisa que um profissional ético é totalmente contra. Se houver uma hipertrofia (aumento desproporcional) na região, que causa desconforto físico ou dificulta a higiene, até pode haver uma recomendação médica. Mas é algo muito individual — diz a ginecologista.
Como superar o trauma
de um abuso sexual?
As estatísticas são preocupantes: 20% das mulheres são vítimas de abuso sexual, segundo a OMS. Como enfrentar as marcas deixadas por um trauma assim? O primeiro passo passa por pedir ajuda.
Pelo menos uma em cada cinco mulheres já foi vítima de abuso sexual, uma violência que deixa marcas profundas em quem a sofre. Os dados são da Organização Mundial da Saúde, que ainda afirma que metade das mulheres vítimas desse tipo de violência conhece seu agressor.
O que vem depois é um misto de dor e culpa, que bloqueia a pessoa na hora de falar sobre o assunto, inclusive, em muitos casos, de denunciar o abuso sofrido. Como boa parte deles acontece na infância e adolescência, o medo de ser questionada, de que não acreditem na sua versão dos fatos, é paralisante.
É por isso que muitas mulheres somente conseguem assumir o abuso passados muitos anos. E durante esse tempo vão arrastando os traumas deixados pela violência sexual vivida. Segundo psicólogos especializados em casos de abusos sexuais, apesar de cada pessoa ter uma trajetória de vida distinta e suas particularidades no processo de convivência e superação da violência sofrida, é possível observar pontos em comum:
- A pessoa evita contato físico, e pode preferir manter relações à distância, justamente por não se sentir confortável para falar sobre isso nem com as pessoas mais próximas, quanto mais com um companheiro sentimental.
- Também é difícil que uma pessoa que foi abusada consiga associar o sexo ao prazer, apresentando dificuldades em sentir desejo e consequentemente desfrutar da relação sexual.
- A pessoa tem dificuldade de voltar a confiar em alguém, o que pode provocar ansiedade, isolamento e pode ser a porta de entrada para uma depressão.
- Muitas mulheres acabam desenvolvendo disfunções sexuais por causa do trauma, e em casos menos frequentes respondem com uma hiperssexualização.
Está claro que elaborar o trauma é um processo longo e difícil, mas é importante dissipar os medos, encontrar um ambiente de confiança para falar sobre o assunto e recomeçar o processo de reconstrução da individualidade.
Ajuda para elaborar o trauma
A psicoterapia é um grande aliado na hora de enfrentar o trauma deixado por um quadro de violência sexual. Falar sobre a experiência vivida é o que vai permitir deixar as lembranças traumáticas para trás, ressignmificando memórias e possibilitando o empoderamento de sua vida.
Além disso, contar com uma rede de apoio (família e amigos) pode proporcionar o conforto emocional necessário para avançar no processo psicoterapêutico, sem se sentir pressionada. Aos poucos, conseguirá falar sobre os detalhes do ocorrido e como você se sentiu.
É importante reconheceer sificuldades, buscar suporte adequado evitando a tendência ao isolamento, saindo com os amigos, conhecendo gente nova e buscando atividades prazerosas que ajudam manter uma atitude positiva perante a vida.
Buscar um grupo de apoio para vítimas de abuso sexual também é recomendável. Escutar a experiência dos demais e como tratam de enfrentar as marcas deixadas pela violência fortalece, ajuda a dissipar o medo e reforça a sensação de não estar só.
Não sucumba à tentação de evitar relacionamentos, por medo de reviver as experiências traumáticas. É importante dar-se a oportunidade de receber carinho e encontrar o amor, de experimentar as (im)perfeições de dividir sua rotina com alguém.
Vale lembrar que, no processo de reconstrução como mulher, a masturbação tem um papel importante, pois ajuda a conhecer o próprio corpo e permite o contato com o prazer, sem culpa. Para muitas mulheres, a literatura erótica também pode ser uma ferramenta importante.
Fonte: MundoPsicologos